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Os electrochoques (ou ”electroconvulsivoterapia”) são um tratamento médico muito mal conhecido pelo público em geral. Para a maioria das pessoas, o único conhecimento que têm dos electrochoques vem dos filmes e séries, onde o tratamento é ilustrado duma forma assustadora e desumana.

 

A verdade é que os electrochoques são um tratamento médico extremamente seguro e eficaz. Existem alguns casos de perturbações de humor (depressão e mania graves) e psicoses que não melhoram com medicação mas sim com electrochoques. E o procedimento é de tal forma seguro que pode ser usado em grávidas sem que haja qualquer efeito no feto. O único efeito lateral comum é uma amnésia (falha de memória) relativa ao momento do choque e dos períodos imediatamente anteriores e posteriores a ele. O procedimento é feito sob sedação, com o acompanhamento de um anestesista. A sedação é muito parecida com aquela que se faz numa colonoscopia. Os choques são administrados em regiões específicas do cérebro, com o objetivo de induzir uma convulsão. É essa convulsão, muitas vezes imperceptível à vista desarmada, que exerce o efeito terapêutico.

A descoberta de que as convulsões podiam melhorar as perturbações psiquiátricas foi acidental! Ainda a psiquiatria não existia como especialidade e os médicos já tinham percebido que os doentes bipolares com epilepsia melhoravam substancialmente a cada nova convulsão. Então, começaram a estudar-se formas de induzir convulsões. A forma mais segura e eficaz é a actual: os electrochoques.

Nada na medicina acontece por acaso e o bem da pessoa doente está à frente de tudo o resto. Na psiquiatra não é diferente.

 

Filipe Freitas Pinto

Coordenador da Unidade de Psiquiatria

 

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