“O segredo da vida consiste em recusar qualquer emoção que não seja conveniente.”
Oscar Wilde
Porque é que perdemos o controlo perante um estímulo do tipo emocional? Porque é que ainda assim pode permanecer a sensação de mal-estar, mesmo quando esta situação já foi resolvida e o acontecimento passou? Justificação “nossa”: Tenho um temperamento sensível, sim? Em alguns momentos não me permite dar a resposta mais adequada, quereria eu ter tempo para parar, pensar e responder de forma assertiva e justa”.
Na realidade não temos respostas correctas porque desconhecemos os mecanismos fisiológicos que possam explicar as nossas reacções, ou melhor nem sempre as encontramos, porque nem sempre nos damos conta destes mecanismos, porque o tempo e o espaço onde, muitas vezes, nos encontramos não têm tempo nem espaço.
Os acontecimentos da vida vão contribuindo para um copo cheio. Sim, imagine um copo. Vamos enchendo o copo e em algumas situações, a mais pequena emoção pode faze-lo transbordar, fazendo emergir alguns sintomas como a insónia, as úlceras, a asma; Os ritmos podem mudar e a hipertensão e a taquicardia parecem ganhar emoção e disparam, parecendo um sinal de alarme do nosso corpo/mente.
Toda a gente sabe o que é a emoção mas é difícil defini-la – é a resposta neurovegetativa e hormonal a um acontecimento verdadeiro ou imaginário, interno ou externo. Como? Mas qual é a forma da emoção? Qual é sua roupagem? Onde se encontra?…Não, não a vemos! Parece ser referência através da qual vamos apreendendo a realidade, mas não a vemos.
As emoções são claramente uma parte muito importante da nossa condução interna. Apesar de falamos das emoções de uma forma generalizada, as mesmas são vividas, sentidas de forma muito individual, tal como as nossas doenças, tal como os nossos sonhos. Regra importante será, conhece-las, aprender a escutá-las, a senti-las…e deixar o nosso juiz interno em silêncio, no mínimo sem ruído.
Kubler-ross refere que as pessoas a quem não era permitida a expressão natural da ira se encontram frequentemente a “marinar auto-lamentação” quando adultas, isto é, auto-concentração. Para conter estas emoções é necessário impregnarmo-nos de muita energia, energia essa desperdiçada e esgotante. Se não formos sentindo, vivendo, expressando e pensando as nossas emoções, ganhamos um historial de emoções reprimidas, que ficam necessariamente gravadas na memória do nosso corpo.
E como reage o coração?
Por exemplo:
Arritmias – O stress pode precipitar arritmias ventriculares e/ou morte súbita, ao estimular vias serotoninérgicas no SNC, as quais afectam fortemente o funcionamento cardiovascular (Jiang, 1996).
Arteriopatia – quando ocorre stress em níveis elevados há libertação de colesterol, o que pode levar ao entupimento de artérias;
Hipertensão arterial – a interacção de factores genéticos, ambientais e de personalidade conduzem à elevação persistente da pressão sanguínea.
Os estudos recentes sugerem que a Depressão é um dos principais factores de risco, para o desenvolvimento da Doença Coronária
Esteja atento ao seu coração!