Emojis, emojis… emoções à parte!

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Emojis, emojis_emoçõesaparteFacilmente se encontram pessoas, não apenas adolescentes, submergidos em redes sociais. Não há muito tempo, num restaurante de praia observava um grupo de seis homens sentados à mesma mesa, cada um com o seu telemóvel, em que os olhos apenas se levantavam para efetuarem o seu pedido. A ausência de relações humanas é crescente na sociedade, além da ausência de comunicação verbal falada, entrámos num outro nível de comunicação mais “afunilado”, os Emojis. Clicar num emoji substitui uma resposta adequada, ou seja, as pessoas deixaram, de modo significativo, de expressar as suas emoções. Se já existia uma “abstração” do sentido da relação, passou a existir uma “abstração” da importância das nossas emoções. Será que existe uma consciência de que deixar “morrer” as emoções, é “morrer” com elas? Suprimir as emoções pode implicar uma diminuição da vivência de expressões positivas em função de um aumento da vivência de expressões negativas. Suprimir emoções pode ainda implicar um afastamento social, níveis mais elevados de sintomatologia depressiva, níveis mais baixo de satisfação com a vida, de auto-estima e de otimismo.

As emoções permitem organizar respostas segundo as diferentes situações. Alguém privado de emoções dificilmente consegue tomar decisões, pois existe uma tendência para a ação em todas elas. As emoções são motivadoras de comportamentos adaptativos e regulam a nossa interação.

A incapacidade de expressar emoções empobrece a vida, danifica as relações, prejudica a saúde. A incapacidade de identificar e expressar emoções (alexitimia) implica um isolamento por parte do indivíduo pelo facto de não conseguir sentir empatia, por apresentar dificuldades de comunicação e de compreensão. O alexitimico caracteriza-se pela seriedade e rigidez dos seus traços faciais; por ser limitado nas conversas; por apresentar um pensamento racional, prático que apenas procura a resolução de assuntos concretos; é pouco imaginativo e a sua criatividade é limitada; muito impulsivo, podendo reagir de forma extrema perante emoções de outros; tem dificuldade em analisar as reações que o seu discurso provoca; num conflito facilmente mudam de assunto ou se isolam e podem não se sentir atraídos por nenhum tipo de prazer, inclusivamente apresentar falta de desejo sexual.

Pessoas que não têm capacidade de verbalizar emoções, ou expressar sentimentos, de reconhecer emoções alheias e de regular as suas próprias emoções, são pessoas que podem encontrar-se perante um intenso sofrimento emocional. A mudança de conduta parece tornar-se emergente; “Emoções, emoções…. Emojis à parte”. Marque aqui a sua consulta na nossa OP Luanda!

Patrícia Alves
Patrícia AlvesPsicóloga Clínica
2017-12-20T17:40:15+00:0020 de Dezembro, 2017|
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