A Páscoa é uma época festiva de partilha e reunião familiar.
Aproveitemos então para reflectir sobre um dos processos psicológicos mais comum quando interagimos:
a empatia.
Tem duas componentes: uma cognitiva (relacionada com a capacidade para compreender os processos mentais das outras pessoas) e uma emocional (reacção perante o estado emocional de outra pessoa).
Porque é que os seres humanos se entendem entre si?
O psicólogo Carl Gustav Jung dizia que é porque temos um cérebro similar. Mas hoje sabemos mais sobre esta questão. Em termos de funcionamento cerebral, o que nos permite saber o que fazem, pensam e sentem os demais, são os neurónios espelho.
Hoje em dia acredita-se que os neurónios espelho foram um componente essencial no desenvolvimento da capacidade humana de comunicação.
Os neurónos espelho estão associados à “teoria da mente”, a capacidade que temos em averiguar o que os outros sujeitos estão a pensar, quais as intenções que têm, e é uma faculdade que se adquire, e claro, essencial na sobrevivência e no bem-estar.
Compreendemos os estados mentais das outras pessoas simulando-os no nosso cérebro e podemos assim empatizar com quem se relaciona connosco.
Rita Marinho Lourenço, Neuropsicóloga
Ilustração de Teresa Lima
Fonte:
Temas actuales en neurociencia – Francisco José Rubia Vila
Moya-Albiol L, Herrero N, Bernal MC. Bases neuronales de la empatía. Rev Neurol 2010; 50: 89-100