Tempo de Leitura: < 1 min

A Páscoa é uma época festiva de partilha e reunião familiar.

Aproveitemos então para reflectir sobre um dos processos psicológicos mais comum quando interagimos:

a empatia.

A empatia é a capacidade para experimentar os estados emocionais dos outros e partilhá-los. É crucial numa interacção social adaptativa e uma componente essencial na inteligência emocional.

Tem duas componentes: uma cognitiva (relacionada com a capacidade para compreender os processos mentais das outras pessoas) e uma emocional (reacção perante o estado emocional de outra pessoa).

Porque é que os seres humanos se entendem entre si?

O psicólogo Carl Gustav Jung dizia que é porque temos um cérebro similar. Mas hoje sabemos mais sobre esta questão. Em termos de funcionamento cerebral, o que nos permite saber o que fazem, pensam e sentem os demais, são os neurónios espelho.

Descobertas no final da década de 80, revelam que os neurónios espelho estão localizados no lobo frontal.O neurologista norte americano Vilayanur Ramachandran, chamou a estes neurónios, “neurónios da empatia”, porque estão implicados nas emoções dos outros.

Hoje em dia acredita-se que os neurónios espelho foram um componente essencial no desenvolvimento da capacidade humana de comunicação.

Os neurónos espelho estão associados à “teoria da mente”, a capacidade que temos em averiguar o que os outros sujeitos estão a pensar, quais as intenções que têm, e é uma faculdade que se adquire, e claro, essencial na sobrevivência e no bem-estar.

Compreendemos os estados mentais das outras pessoas simulando-os no nosso cérebro e podemos assim empatizar com quem se relaciona connosco.

Rita Marinho Lourenço, Neuropsicóloga

Ilustração de Teresa Lima

Fonte:

Temas actuales en neurociencia – Francisco José Rubia Vila

Moya-Albiol L, Herrero N, Bernal MC. Bases neuronales de la empatía. Rev Neurol 2010; 50: 89-100