Vivemos com os outros, necessitamos e dependemos dos outros, mas não é fácil sentirmo-nos aceites. Contar com os outros e saber que contam connosco é uma necessidade vital, quase tão importante como respirar, mas do ar dispomos sem nos darmos conta. O afeto dos outros não nos é dado por acréscimo. A influência que procuramos exercer sobre os outros e a que os outros exercem sobre nós constituem uma rede necessária para sustentar a vida, que se constrói passo a passo. Todos precisamos da aprovação dos outros para nos sentirmos bem e para não vivermos numa situação de inconsistência pessoal.
A investigação defende que existem três tipos de comportamentos destinados à aceitação e integração sociais: a conformidade, a aceitação e a obediência.
A conformidade consiste no tipo de influência que leva o indivíduo a mudar o seu comportamento ou atitude para assim cumprir o que considera desejável socialmente. Todos nós aceitamos muitas normas explícitas, como respeitar os sinais de trânsito ou pagar impostos, e outras normas mais tácitas como respeitar uma fila ou cuidar do meio ambiente, sem fazermos grande esforço, apenas por estarmos integrados em sociedade. Este comportamento de conformidade facilita o funcionamento social e inculca-se nos filhos durante a sua educação. No entanto, aceitar a pressão da conformidade pode supor ir contra um princípio ou um sentimento, e este dilema pode trazer tensão, ansiedade e mal-estar. Nós não somos mais livres diante de um grupo de pessoas queridas do que diante de pessoas que pouco nos interessam; pelo contrário, quanto mais gostamos dos outros, mais procuramos subtilmente a sua aprovação e mais vergamos o nosso comportamento às suas pressões.
A aceitação é outra forma de influência social, através da qual procuramos a integração no grupo. Tanto na vida profissional como na pessoal temos de saber persuadir os outros para conseguirmos que aceitem as nossas ideias ou atitudes. Todos nós sabemos utilizar várias estratégias, que vão desde agradar a quem interessa persuadir até utilizar diversos argumentos mais ou menos lógicos para alcançar o objetivo, como o carinho, o bom humor, comportamentos autoritários ou até a chantagem moral.
Por último, a obediência é a forma de conservar a aprovação. Muitas redes de suporte social baseiam-ne nela: em crianças obedecendo à mãe, ou em adultos à polícia que nos exige a documentação do carro. A obediência é habitual, instrumental e coesiva. A organização social não se pode conceber sem um grau de obediência, mas existe uma obediência destrutiva e que pode destabilizar a nossa vida, como as ofensas, a difamação, entre outros.
Na realidade, os seres humanos são sugestionáveis, conformistas e obedientes. Procuramos a aprovação dos outros porque é algo necessário, que proporciona uma sensação de segurança, que apaga o medo da rejeição e que alimenta o sentimento de realização pessoal.