Autor: Sofia Alegria
A maioria das tarefas pedagógicas acaba por ser enfadonha para as crianças… e para os pais também. O desafio é tornar essas actividades o mais estimulantes possível. Sobretudo para as crianças, a brincadeira é um manancial de possibilidades e de novos conhecimentos. Pode, por isso, pegar no corriqueiro e transformá-lo num auxiliar de coordenação, inteligência e mestria para os seus filhos. Além disso, ao fazerem parte desse espaço com o filho, os pais estão a fortalecer o vínculo entre ambos, ao mesmo tempo que dão a conhecer-se melhor.
Se o seu filho ainda for bebé pode ser tentador andar com ele ao colo e, quando ele começar a querer gatinhar, pode ser difícil só “deixá-lo ir”. Contudo, com a dose certa de vigilância e ajuda, permitir-lhe explorar os espaços pode ser um excelente estímulo de coordenação motora. Proteja as extremidades nas divisões, esteja lá para o segurar e apoiar e deixe-o descobrir os cantos à casa. Além disso, é óptimo no que diz respeito à noção de limites. Conforme ele for crescendo também pode ir pondo uma colher junto do seu prato ou pode apenas deixá-lo abotoar a sua bata da escola. Deixe-o explorar as suas potencialidades e procure brincadeiras que estimulem os sentidos. Esse tipo de curiosidade estimula a autonomia nas crianças.
Vejamos a “fase dos porquês”. Aproveite, por exemplo, para responder a qualquer pergunta que lhe seja feita com a sinceridade adequada à idade da criança. Sobretudo, beneficie dela para questionar o seu filho sobre pequenos detalhes, como, por exemplo, sobre um brinquedo (“Quem será que fez este brinquedo?”). Dê abertura à sua resposta e deixe-o à vontade para colocar novas questões. E lembre-se: responder que não sabe não o diminui; deve procurar essa informação para e com o seu filho, fomentando a curiosidade e a proactividade. Também é importante incentivá-lo a ter sentido crítico. Questione-o sobre os seus gostos e os seus desagrados, pedindo sempre alguma fundamentação. Isto também irá estimular o desenvolvimento verbal da criança.
Sempre que puder siga uma rotina mais ou menos fixa de actividades, refeições, sono e também – porque não – de brincadeira. Por vezes o brincar pode ser subestimado, o que faz com que alguns pais preencham o dia da criança com actividades curriculares e extra-curriculares sem deixar qualquer tempo livre. Para as crianças esse tempo livre é, à semelhança de nós, adultos, passado a fazer o que mais gostam. É um espaço para descontrairem e para entrar em contacto com os seus sentimentos, sozinhas ou acompanhadas.
Sobretudo, não se esqueça de valorizar qualquer sucesso do seu filho. Preste atenção – cada baby step conta! Além de amor, estará a demonstrar segurança e confiança no seu filho, essenciais para qualquer etapa da vida dele.