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Autor: Isabel Policarpo

Até há alguns anos atrás a preocupação dos educadores e dos pais concentrava-se na aquisição de conhecimentos académicos – saber ler e escrever, conhecer a história do país, e fazer contas.

Nos últimos anos, educadores e investigadores voltaram sua atenção para um conjunto de objetivos educacionais um pouco diferente – a auto-disciplina, a auto-regulação das emoções, a cooperação e o pensamento moral.

Tem-se vindo a descobrir que controlar as emoções, ter capacidade para estar focado, ser resiliente e capaz de manter o esforço e até mesmo conviver com os outros, não são apenas as capacidades valiosas em si mesmas, mas ingredientes essenciais do sucesso académico.

Efectivamente, as crianças que conseguem resistir à tentação, ignorar distrações, experimentar coisas difíceis e evitar conflitos com outras crianças, não só obtêm melhores notas, como são mais propensas para integrar a faculdade.

E agora que as aulas já começaram e os nossos miúdos andam com as suas mochilas às costas e as lancheiras, vale a pena pensar que também nós enquanto pais e avós, a par da escola que desempenha um papel central, podemos contribuir para os ensinar a pensar.

Psicólogos e pesquisadores têm vindo a demonstrar, que a aprendizagem académica e sócio-emocional, não é o mesmo que ensinar a pensar.

Os psicólogos fizeram muitos esforços para identificar os processos cognitivos que estão na base do pensamento complexo e deliberativo, isto é, o pensamento que nos permite ensinar a nós próprios algo de novo, inventar, resolver problemas, envolvermo-nos em trocas de ideias enriquecedoras e/ou tomar decisões difíceis .

Para aprender a pensar, as crianças precisam de ser convidadas a pensar sobre coisas complexas e precisam de ter oportunidade de pensar de determinada maneira. Assim por exemplo é importante estimular as crianças a darem opiniões e a apoiá-las com evidência ou estimula-las a fazerem boas perguntas e dar-lhes tempo para encontrarem respostas.

Mesmo os momentos de brincadeira, podem ser espaços para ensinar as crianças a pensar.