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Ana Crespim

Ana Crespim

Cada vez mais temos ao nosso dispor formas rápidas, imediatas, fáceis de transportar, de ter sempre connosco, para capturar aquela imagem, aquela paisagem, tirar aquela foto. Procuramos guardar tudo, tudinho o que não queremos que nos escape entre os dedos, todos aqueles momentos que sentimos que mais tarde vamos querer recordar. E guardamos das mais diversas formas: no telemóvel, no PC, no IPad, na pen, no disco externo, em CD, no e-mail, postado no nosso facebook… Imagens que falam por elas mesmas, que representam mil palavras, pensamentos e emoções. Sim, queremos tanto agarrar o momento, capturá-lo para que ele não nos fuja, que a maneira que nos surge como mais segura é guardá-lo em algum tipo de suporte para a prosperidade!

Por vezes vivemos na ânsia de prender os nossos acontecimentos de vida… Mas muitas vezes nem olhamos para essas fotos, para aquelas imagens daqueles momentos que temíamos perder. O que se passa connosco? Queremos tanto ter, demonstrar que vivemos aquilo, a nós e aos outros, que por vezes estamos a viver aquele jantar especial através das fotos, mas não do momento em si. Queremos tanto que aquilo fique registado, que a nossa atenção está focada em formas de o guardar e não na magia daquele momento em si, no sabor da comida que levamos à boca, no aroma daquela refeição, no prazer daquela companhia especial.

Pare um pouco para pensar: saboreou verdadeiramente a última refeição que fez hoje? Quem estava consigo? E como estava essa pessoa? Será que viveu mesmo esse momento?