Cada vez mais temos ao nosso dispor formas rápidas, imediatas, fáceis de transportar, de ter sempre connosco, para capturar aquela imagem, aquela paisagem, tirar aquela foto. Procuramos guardar tudo, tudinho o que não queremos que nos escape entre os dedos, todos aqueles momentos que sentimos que mais tarde vamos querer recordar. E guardamos das mais diversas formas: no telemóvel, no PC, no IPad, na pen, no disco externo, em CD, no e-mail, postado no nosso facebook… Imagens que falam por elas mesmas, que representam mil palavras, pensamentos e emoções. Sim, queremos tanto agarrar o momento, capturá-lo para que ele não nos fuja, que a maneira que nos surge como mais segura é guardá-lo em algum tipo de suporte para a prosperidade!
Por vezes vivemos na ânsia de prender os nossos acontecimentos de vida… Mas muitas vezes nem olhamos para essas fotos, para aquelas imagens daqueles momentos que temíamos perder. O que se passa connosco? Queremos tanto ter, demonstrar que vivemos aquilo, a nós e aos outros, que por vezes estamos a viver aquele jantar especial através das fotos, mas não do momento em si. Queremos tanto que aquilo fique registado, que a nossa atenção está focada em formas de o guardar e não na magia daquele momento em si, no sabor da comida que levamos à boca, no aroma daquela refeição, no prazer daquela companhia especial.
Pare um pouco para pensar: saboreou verdadeiramente a última refeição que fez hoje? Quem estava consigo? E como estava essa pessoa? Será que viveu mesmo esse momento?