O tabagismo é a maior causa de morte evitável no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A entidade estima que um terço da população mundial adulta (1,2 mil milhões de pessoas) seja fumadora.
Muitos fumadores reconhecem que o cigarro após as refeições, depois de acordar ou após o pequeno-almoço é um dos prazeres simples da vida.
Existem diversos motivos para as pessoas fumarem, entre eles o psicossocial, principalmente nos adolescentes, em que o acto de fumar é introduzido em situações sociais; o sensório-motor, em que as pessoas referem motivos não farmacológicos como o gosto, o cheiro e a manipulação manual do cigarro no prazer que este lhes traz; a estimulação, em que os fumadores referem as propriedades estimulantes da nicotina no aumento da sua atenção, concentração e capacidade de resolução de problemas, ou para reduzir o cansaço e manter o desempenho quando expostos a tarefas aborrecidas, ou ainda para lidarem com situações que exijam esforço.
Quantas pessoas conhece que já pensaram em parar de fumar? Que já tentaram várias vezes, mas acabam por voltar a fumar? Porque é que é tão difícil parar de fumar?
Uma das respostas a esta questão é a nicotina, uma substância proactiva contida no cigarro responsável pela dependência do tabaco. Quando a pessoa tenta deixar de fumar pode ter sintomas como desconforto, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, sensação de sonolência e o aumento de peso. Estes sintomas são conhecidos como síndroma de abstinência, que variam de intensidade entre as pessoas, e se iniciam, de forma geral, algumas horas após a interrupção. Para além da nicotina existem outros factores que aumentam a dificuldade em parar de fumar, entre eles a dependência psicológica (por exemplo, sentir que com o tabaco se tem um maior controlo sobre os seus problemas) e o hábito que representa (fumar entre amigos, a conduzir, nos intervalos do trabalho).
Deixar de fumar é sem dúvida uma tarefa muito difícil, mas é possível! Um dos ingredientes fundamentais é a motivação, que pode depois ser acompanhada por diversos métodos. A psicoterapia, por exemplo, pode ter um papel fundamental nesta caminhada, pois durante o processo a pessoa é ajudada a ter consciência do problema, a alterar estilos de vida e a criar estratégias para combater não só a dependência física como a psicológica.