Uma alma triste pode matar mais rapidamente,
muito mais rapidamente, que um micróbio.
(John Steinbeck, 1961, s.p.)
Parte I
-
Durante mais de trezentos anos, a cultura ocidental foi influenciada e escrita sobre um modelo de saúde mecanicista baseado na filosofia de Descartes de que a mente e o corpo são entidades distintas, oh erro de Descartes, afirma António Damásio! Oh erro do Grande Descartes, acrescentaria!
A palavra psicossomática foi introduzida pela primeira vez em 1927 por Félix Deutsch, e a primeira grande publicação nesta área deve-se a Helen Dunbar em 1935, com a sua obra Emotions and Bodily Changes.
Referências como o Livro de Jo, do Antigo Testamento, transmitiam, a ideia de que a doença física tem repercussões profundas no equilíbrio psicológico e de que a saúde do corpo e da mente não se podiam separar (Luban-Plozza, Poldinguer e kroguer).
Expressando este mesmo conteúdo, e cerca de 500 anos antes de Cristo, Platão (429-347a.c) atribui a Sócrates a afirmação de que “tal como não se deve tentar curar os olhos sem a cabeça, ou a cabeça sem o corpo, assim não se deve tentar curar o corpo sem a mente” e a de que “a razão pela qual a cura de muitas doenças é desconhecida para os médicos (…) é porque estes ignoram este todo (copo-mente).
Muitos são os autores que estudam e investigam a psicossomática cujo objectivo se prende com a ponte, a interligação entre o biológico, neurológico (sistema nervoso) e a psique. A relação entre fenómenos psicológicos e biológicos é de uma ligação de tal modo profunda que surgindo o sofrimento num desses espaços, provocará um efeito no outro.
Quanta magia existe nesta ponte entre psique e soma? Como trabalhar estas duas dimensões? Que influências têm uma sobre a outra? Descubra em breve na continuação deste texto.