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Quando a bipolaridade mora ao ladoA perturbação bipolar é uma afecção com consequências importantes não só para o próprio, mas também para todo o agregado familiar.

Efectivamente, a perturbação bipolar tem efeitos bem reais na vida de quem dela sofre. Não é fácil viver num constante carrossel de emoções – ora sentindo que “somos donos do mundo” ora experienciando que “nem nós nem a nossa vida tem qualquer valor ou interesse”.

Quando a bipolaridade mora ao lado…

Os “altos e os baixos” que caracterizam a bipolaridade prejudicam o bem-estar e o desempenho das tarefas do quotidiano, dado que é árduo manter um fio condutor e um comportamento estável e minimamente previsível. Assim por exemplo, pode ser difícil manter o emprego ou apresentar um desempenho escolar regular. Quando existe um pico, seja positivo seja negativo, a produtividade no local de trabalho e na escola sofre variações muito grandes e a capacidade de tomar decisões fica afectada.

As relações com os outros podem também tornar-se um pesadelo. As oscilações de humor conduzem ora a conflitos, ora a isolamento, levando frequentemente as pessoas queridas a afastarem-se por não compreenderem o que se passa e/ou não conseguirem lidar com a situação. No seio da família, é frequente a confusão e o medo.

Fase maníaca

A alegria por si só não é sinónimo de bem-estar e felicidade. De facto a alegria inesperada tem potencial para gerar surpresa, mas também conflitos e decisões repentinas com consequências graves, uma vez que os picos positivos levam muitas vezes a gastos irresponsáveis, a comportamentos sexuais de risco, ao abuso de drogas e álcool e a situações de perigo para o próprio pela ausência do medo.

Um dos principais problemas da fase maníaca é o indivíduo perder a inibição social, o que o pode conduzir a situações vexatórias e geradoras de violência por falta de sentido crítico. Também é comum a irritabilidade, que associada com a impulsividade, pode levar o indivíduo a envolver-se em brigas e em situações de brutalidade e negligência.

Durante os delírios de grandeza, os gastos tendem a ser muito acima do que a capacidade financeira permite, mas devido ao grande optimismo é possível não só que o indivíduo empreste dinheiro a pessoas que mal conhece e que podem aproveitar-se da situação, mas também que se endivide ou perca muito dinheiro, comprometendo os bens de família.

Fase depressiva

Mas a fase depressiva também ela comporta consequências negativas. Os picos negativos afastam os membros da família e lançam nuvens sobre o ambiente familiar. O indivíduo sente-se em geral abatido, quieto e triste. Pode dormir muito como uma fuga ao convívio e reclamar de cansaço em tarefas simples como escovar os dentes. Geralmente demonstra pouco interesse pelos acontecimentos que o rodeiam e isola-se da família e amigos.

Nesta fase há distúrbios do apetite e quebras da imunidade, o que o deixa o indivíduo mais predisposto a contrair doenças. Em alguns casos a depressão pode manifestar-se de forma psicossomática – são comuns as dores no corpo ou cabeça.

Nesta fase é habitual o indivíduo sentir-se culpado por erros do passado e pelos fracassos da sua vida. Pode haver irritabilidade, lamentos, e auto-recriminação. São comuns os pensamentos suicidas, uma vez que o indivíduo se sente mal com a sua vida e sem energia para poder mudá-la. A consequência mais grave de uma depressão pode ser a concretização do suicídio.

A perturbação do humor – depressiva ou maníaca, é por vezes tão severa que para além de causar prejuízos acentuados no funcionamento ocupacional e nas atividades sociais ou nos relacionamentos com outros, pode chegar a exigir a hospitalização, como um meio de evitar danos a si mesmo e aos outros.

Em resumo

A ideia romântica e algo divulgada de que a bipolaridade está associada à genialidade está longe de ser verdadeira. Apenas 10% dos bipolares são considerados génios, os outros 90% são normais e padecem de todas as dores psíquicas que derivam do facto de terem desenvolvido a doença.

Hoje é possível controlar a doença, não tem de viver assim, nem de causar tanto sofrimento a si próprio nem aos seus familiares e amigos. Peça ajuda.

Autor: Isabel Policarpo

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