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Inês Afonso Marques

Inês Afonso Marques

O tema da medicação na infância e na adolescência, como intervenção paralela à psicoterapia, é motivo de apreensão para alguns pais e causa de alguns conflitos entre pais e filhos, particularmente adolescentes, pela recusa destes em tomar a medicação.

A medicação é, efectivamente, importante em determinados diagnósticos, melhorando os sintomas, diminuindo o sofrimento e permitindo que em psicoterapia sejam desenvolvidos, de forma eficaz, recursos pessoais, com vista ao maior equilíbrio emocional da criança/adolescente e do seu contexto envolvente.

Quando a medicação faz parte do tratamento é fundamental que esta seja tomada de forma adequada, de acordo com as indicações do médico que a prescreveu (habitualmente o neuropediatra ou pedopsiquiatra) e de modo consistente.

A adesão ao tratamento tende a ser maior quando pais e adolescentes estão de acordo quanto ao objectivo da medicação, a quem é responsável por organizar as tomas, à compreensão das instruções associadas à medicação e à eficácia do tratamento. Há também maior adesão ao tratamento quando o adolescente compreende as características do seu diagnóstico (mesmo quando não lhe é atribuído um “nome”). Por este motivo, falar de forma aberta, honesta e de acordo o nível de compreensão do adolescente é verdadeiramente importante.

Curiosamente, a resistência em relação à toma da medicação está, por vezes, associada a “excesso de informação” ou a informação veículada por fontes pouco fidedignas.A Internet permite o acesso fácil a um mundo de informação… Nem sempre a mais adequada. Presos a dados que leram em sites ou blogues, sem filtro de qualidade/confiança, sobre efeitos secundários que nem sempre se encontram na prática clínica, o jovem acaba por assumir uma postura de resistência em relação aos medicamentos.

Sempre que surgirem dúvidas em relação ao processo terapêutico, ou à medicação, é importante que a família converse de forma aberta com o profissional responsável.