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André Viegas

André Viegas

São vários os processos psicoterapêuticos que surgem relacionados com as questões da desagregação familiar, as questões das lógicas do desencontro, da descomunicação e da crescente desligação mútua potenciadora de uma desarmonia estrutural familiar que leva muitas vezes ao bloqueio do saber estar bem.

Objetivos familiares desvinculados podem participar na criação de continentes desertificados de sentido, onde o aqui e o agora congelam em patamares friamente desafiantes, num caminho de continuidade no ali e no depois. Urgirá pois uma focalização terapêutica capaz de felicitar os laços através da sua harmonização e facilitando o transparecer da lógica interpretativa do mal estar já longe, muitas vezes, do seu estado embrionário.

Desafiado a participar no processo de socialização, o Homem é confrontado com vicissitudes que limitam o seu saber estar bem nas suas (longas) horas da vida. Qualquer tipo de socialização implica, não poucas vezes, transações afetivo-emocionais que podem constituir vínculos inquestionáveis e que, por existirem por si, predispõem o sujeito a eventuais falências de processos relacionais nestes vínculos criados.

A relação de cada ser humano com o mundo que o envolve é cada vez mais transitória, mais efémera. O padrão de relações alterou-se substancialmente. Vivemos um modelo relacional em que cada um conhece e se relaciona com muita gente, mas, muitas vezes, de forma extremamente limitada e superficial, circunscrita quase a uma mera interação entre papéis sociais. É nesta panoramização que, determinadas vezes, se contextualizam estados conflituais entre aqueles que comungam duma proximidade não circunstancial, mas sim da proximidade pautada pela definição partilhada de família: unidade fundamental que acompanha a formação e o desenvolvimento do ser humano sendo composta por pessoas que estabelecem entre si profundas ligações emotivas, que são naturalmente complexas e diferentes ao longo da vida e muitas vezes unem várias gerações, podendo possuir elementos que, não tendo ligação biológica com a família, são afectivamente muito importantes no enredo das relações familiares (Alexandre, A. & Teigão, P., 2004).

Qualquer psicoterapia, no entanto, quer seja individual, conjugal ou familiar tem como meta final o crescimento e a transformação do indivíduo, objetivando expandir o alcance das suas experiências de vida, num fluxo de sentimento de pertença e individuação.

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