Autor: Marta Andersen
Muitas mães de bebés pequenos sentem dúvidas como “Será que estou a dar-lhe colo a mais?” ou “Devo deixá-lo adormecer no meu colo?”. Muitas destas dúvidas surgem sobretudo no primeiro filho, pois a inexperiência neste campo conduz a medos de que a criança se torne demasiado mimada ou dependente. Outras vezes, são as pessoas próximas da mãe que a fazem duvidar de si própria, dizendo-lhe “Não devias pegar tanto nele ao colo, assim vais estragá-lo com mimos!”.
Então qual a medida certa de mimo?
Um estudo recente publicado no Journal of Epidemiology and Community Health revelou que as pessoas que receberam mais afecto das suas mães quando eram bebés deram origem a adultos mais felizes e resilientes, ou seja, menos sujeitos a problemas psicológicos como depressão e ansiedade. Isto significa que o afecto e as demonstrações de carinho são extremamente importantes na infância, dado que mesmo as experiências mais precoces influenciam a saúde das pessoas na idade adulta.
Assim, é importante que as crianças tenham a oportunidade de criar laços fortes e de confiança durante a sua infância, sendo os pais as pessoas de maior importância neste campo.
Dar colo, beijinhos e atenção é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças, pelo que não existem limites para o tempo ou a quantidade que devemos dar.
Mas… Estarei a dar mimo pelos motivos errados?
Podemos dar mimo aos filhos por razões positivas: Porque gostamos muito deles, porque assim lhes mostramos o quanto gostamos deles e porque isso os torna confiantes, felizes e equilibrados.
Mas podemos dar por motivos negativos: isto acontece sempre que damos mimo para evitar algo desagradável ou porque não sabemos como resolver as coisas de outra maneira. Por exemplo, quando damos colo para evitar que mexa em coisas que está proibido de mexer; ou quando oferecemos um brinquedo para que páre de fazer uma birra no supermercado, essas são situações em que estamos a dar mimos de forma desadequada.
Como dar o mimo e a ternura certa?
O afecto pode demonstrar-se das mais diversas formas: através de um abraço carinhoso, de uma história contada à noite antes de ir dormir, de um elogio quando ele tenta algo de novo, entre muitas outras formas. Seja terno e afectuoso para o seu filho sempre e consistentemente.
Reprograme a sua mente: em vez de estar sempre alerta para os disparates que ele faz, “apanhe-o” a portar-se bem e dê-lhe atenção e afecto nesses momentos. Essa é a melhor forma de o incentivar a ser bem comportado. Participe com gosto e vontade nas suas descobertas e brincadeiras. Desta forma estará a criar uma pessoa equilibrada, feliz e resiliente!