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Autor: Vanessa Damásio

Todas as relações se unem por um determinado tipo de vínculo, quer seja um vínculo de amizade, um vínculo de amor ou um vínculo social.

O vínculo nas relações de casal significa estar disponível para dar e receber o amor entre ambos. Mas este dar e receber requer um equilíbrio, uma ordem em que nenhum dos dois está em primeiro lugar, ou é inferior ou superior.

Nos casais onde se verifica uma desigualdade hierárquica evidente, denotam-se relações de grande injustiça e conflito com consequências negativas não só para o casal, mas para o resto da família, caso tenham filhos, ou familiares mais próximos. Frequentemente um assume o cuidado do outro, como que ocupando um papel maternal em que o outro ocupa uma posição de filho dependente e que necessita ser cuidado. Por vezes, também se podem observar discrepâncias hierárquicas quando um dos membros do casal é agressivo verbal e fisicamente e o outro passivo e subordinado, onde um tem todo o poder e o outro nada. Nestes tipos de vínculo relacional desequilibrado, observa-se uma relação de casal injusta onde um dá mais do que o outro e em que ambos assumem papeis que não lhes competem.

É importante que os casais possam assim definir as regras do dar e receber, e as funções de cada um no seio da relação. Essas mesmas funções podem ir sendo alternadas, indo-se assim compensando e reequilibrando o que cada um vai dando e recebendo na relação, em momentos distintos e consoante as necessidades.

Por vezes, o vínculo e o equilíbrio entre os casais são também afetados pelas influências das famílias de origem de cada um dos membros do casal. Por exemplo, um filho adulto que está emaranhado nos problemas de relacionamentos dos pais, com frequência levam esses problemas para própria relação. E se para além disto, este filho estabelece um vínculo de fidelidade com um dos pais, terá muitas mais dificuldades em estar disponível para um vínculo de casal.

A comunicação é outro dos fatores que influencia determinantemente o vínculo e relacionamento de um casal. Quando a comunicação não é clara, e as interpretações se sobrepões à realidade factual, os problemas emergem.

Na minha prática clinica encontro casais que desejam lutar pelas suas relações, que sentem amor e querem continuar juntos, mas não detêm as competências necessárias, quer de comunicação, quer de equilíbrio entre o dar e o receber, perdendo o respeito mútuo, a compreensão e a intimidade. As relações ficam inundadas de ressentimento, orgulho e revolta, deixando de conseguir transmitir os seus verdadeiros desejos, sentimentos e necessidades.

A comunicação quebra-se, o equilíbrio descompensa, o vínculo esmorece e a relação acaba…

Se os casais conseguirem aproximar-se mais das suas necessidades mútuas, comunicar sentimentos e desejos, resolver conflitos de forma equilibrada e respeitosa, distribuir funções equitativamente, entendendo as influências das famílias de origem: os vínculos fortalecem-se e a relação poderá ser positivamente duradoura, sólida e estável!