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Joana Fonseca

Joana Fonseca

Por definição, a criatividade é a capacidade dar origem a algo diferente, usando a imaginação. Ser criativo é ser um inventor, sendo a imaginação a principal ferramenta da criatividade.

Olhando para a história do ser humano, ser criativo é uma questão de sobrevivência e adaptação. No período Neolítico o homem teve talvez a ideia mais revolucionária de todos os tempos: a agricultura. Enquanto nómada observou o ambiente à sua volta e criou a agricultura, que possibilitou que se tornasse sedentário. Depois desta grande ideia, muitas outras surgiram, a domesticação de animais, a contagem do tempo, entre outras. Assim, o homem aumentou a sua possibilidade de sobrevivência e encontrou formas de satisfazer as suas necessidades fisiológicas. O mundo não para, e embora já tenham sido criadas inúmeras formas de satisfazer as necessidades fisiológicas e psicológicas, há sempre espaço para criar e evoluir.

No presente, culturalmente, existe a tentação de viver com aquilo que outros já criaram. Isto porque vivemos numa sociedade onde se procura o conforto. A melancolia, característica tão portuguesa, pode-se tornar uma segurança. Por isso, a necessidade de ser criador. Ser o próprio a dar forma a algo novo, a criar algo seu, é muito importante para que a vida não se torne monótona e repetida. De outra forma, as rotinas tornam-se pesadas, os dias parecem todos iguais, tudo o que se faz é igual ou parecido ao comportamento dos outros.

A criatividade não pertence só aos “artistas”. Qualquer pessoa pode ser um artista criativo do seu dia a dia, momento a momento. Ela pode estar presente em tudo. Por exemplo, nas relações amorosas, é muito importante ser criativo, uma vez que a surpresa fomenta a paixão. No trabalho, sem criatividade não pode existir a novidade, essencial para manter a motivação e para que o trabalho tenha uma marca pessoal. Quanto ao lazer, é preciso ser criativo encontrar actividades de prazer que tragam ânimo e alegria. Na toma de decisão, é necessário ter muitas hipóteses para poder escolher, e só com criatividade se encontram hipóteses suficientes.

A criatividade não se pode forçar, o processo criativo precisa de espaço mental para acontecer. Mas pode ser treinada. O primeiro passo para criar algo novo é parar, num lugar calmo, onde saiba que não vai ser interrompido, e deixar a sua imaginação fluir. Tente não colocar filtros, deixe que surjam todas as ideias, mesmo as mais descabidas ou disparatadas. Por vezes, é de uma ideia absurda que surge uma ideia apropriada e coerente. Vá tomando nota de todas as ideias que tiver. Nesta fase é importante encontrar inspiração, o que por vezes não é fácil. Se lhe faltar inspiração procure-a: Pode sair de casa e passear um pouco, ver paisagens diferentes; pode ir folhear livros ou revistas; ou ouvir uma música… O importante é que encontre algo que o ajude conseguir inspiração.

No segundo passo, depois de a sua imaginação navegar sem limites, chega o momento de perceber que ideias é que são “fazíveis”. Olhe para a sua lista de ideias e tente encontrar forma de as concretizar. Este é o passo em que pode transformar ideias utópicas em ideias palpáveis.

O terceiro passo é escolher a melhor ideia, aquele que mais se adapta ao objectivo, sendo também importante que seja uma ideia que o motive.

Por fim, o quarto passo é criar. Aqui é muito importante que se empenhe na sua criação, esforçando-se para fazer o melhor possível, mas tentando sempre não ser perfecionista. Respeite a diferença entre a ideia ideal e a ideia real.

E assim se cria algo novo. Cada vez que precisar de surpreender alguém, ou quando estiver farto de que tudo seja igual, ou simples quando estiver a sentir a monotonia a apoderar-se da sua rotina, exija novidade a si próprio. Seja criativo!