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Autor: Maria João Matos

O indicador mais importante nas crianças que são vítimas de maus tratos

é percebermos que algo está mal e que a criança está a sofrer”  

Costa, M.E e Duarte, C. 2000

A violência parental é dirigida às crianças e compreende todo o ato dos pais (ou outras pessoas que desempenham esse papel e funções), que lesem os seus direitos e necessidades relativamente ao seu desenvolvimento psicomotor, intelectual, moral, afetivo ou relacional. Podemos distinguir três diferentes tipos de abuso dirigidos às crianças: os maus tratos físicos, o abuso sexual e os maus tratos psicológicos ou emocionais, sendo que têm diferentes caraterísticas e repercussões desenvolvimentais distintas.

Os maus tratos psicológicos envolvem dimensões verbais e não verbais, desde que não envolvam atos físicos sobre a criança. Assim, são exemplos de maus tratos psicológicos,  expressões ativas de rejeição, atos depreciativos, aterrorizar causando medo e ansiedade extrema, isolar, explorar, negar resposta emocional à criança, situações em que não são providenciados os cuidados e responsabilidade necessários ao desenvolvimento.

Devem ser englobados neste tipo de abuso todo o tipo de comportamentos que desenvolvam na criança uma baixa auto-estima, medo ou ansiedade, ou que perturbem o seu bem estar emocional.

A violência ou mau trato infantil é também o impedimento de experiências de vida que produzam amor, segurança e que proporcionem boas condições para o desenvolvimento da criança. Este tipo de mau trato caracteriza-se por todo o tipo de privação de necessidades que caberia aos pais e educadores satisfazer. São exemplos disto uma alimentação e vestuário insuficientes ou inadequados, falta de apoio médico e higiene, permissão de comportamentos arriscados e perigosos para a integridade física e mental da criança, assim como a privação educacional.

O abuso emocional ou psicológico é frequentemente pouco valorizado, já que, na maior parte das vezes, não chega a ser identificado, apesar das suas repercussões serem extremamente negativas ao nível da personalidade e da socialização da criança.