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ingestão compulsiva

Como surgem os episódios de ingestão compulsiva?

Estes episódios tendem a ser desencadeados por alterações de humor, momentos de grande tensão e stress ou surgirem devido a problemas do quotidiano, cumprindo a comida uma função de apaziguamento e estabilização emocional. E, sendo ela capaz de proporcionar o conforto e quietação desejada naquele momento, sendo capaz de devolver, mesmo que por breves instantes, alguma tranquilidade, acaba por facilitar o estabelecimento de relações de dependência emocional, que se revelam extremamente difíceis de quebrar.

 Nesta perturbação alimentar não se verificam quaisquer comportamentos compensatórios no sentido de impedir o ganho de peso, como a indução do vómito, a utilização de laxantes ou diuréticos, o uso de clisteres, a actividade física exagerada ou os períodos de jejum prolongados.

As dietas são as únicas que se evidenciam como possibilidade de resposta. E as mais rígidas, parecem ser as mais apelativas e frequentemente escolhidas numa tentativa de contrariar o descontrolo alimentar, mas também são aquelas que mais falhas desencadeiam, ao apresentarem objectivos tão exigentes. Quanto mais peso ganham, mais se esforçam por cumprir essas dietas, mas quanto mais se esforçam por cumpri-las, mais se vêem envolvidas em ingestões excessivas, instalando-se um ciclo que parece não ter fim.

A Ingestão Compulsiva surge tendencialmente no início da idade adulta e embora pareça ser a perturbação alimentar que menor diferença entre sexos regista, tal como acontece na Anorexia e na Bulimia, aponta para uma maior prevalência no sexo feminino.

O seu tratamento, como o de qualquer outra perturbação do comportamento alimentar, assume-se na maioria dos casos como um processo complexo e lento, que requer a intervenção de uma equipa multidisciplinar, permitindo o trabalho dos aspectos psicológicos, médicos e sociais, adequando-se sempre às especificidades e necessidades de cada caso.

Autora: Joana Florindo