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Autor: Lúcia Bragança Paulino

A relação da mãe com o seu bebé tem sido descrita como um processo gradual de envolvimento afetivo da mãe com o seu filho e que tem como base o desenvolvimento de determinadas competências por parte do bebé, pelo que os dois se influenciam mutuamente na construção desta relação.

A qualidade da interação mãe-bebé, traduz-se assim na capacidade de sincronização entre os dois elementos, e parece ser em grande parte influenciada por variáveis maternas surgindo como um fator importante no desenvolvimento e bem-estar posterior da criança.

A sobrevivência do bebé depende muito dos sinais que emite, para que os adultos ativem os seus comportamentos protetores. A resposta adequada aos sinais do bebé, incluindo o choro, facilitará o desenvolvimento de um mais vasto reportório de comunicação.

Se a segurança é um ingrediente crucial para o desenvolvimento do bebé, a proteção oferecida pela figura materna é a sua condição básica. Através do jogo sincronizado entre o desenvolvimento da segurança e a capacidade de proteção/interação proporcionada pela figura materna, o bebé vai aprendendo a gerir as suas emoções regulando os seus estados emocionais (Soares, 2001). É uma aprendizagem que decorre ao longo das interações entre bebé e mãe, sendo que a qualidade deste processo evolutivo depende da qualidade do envolvimento de ambos os protagonistas, bem como de outros fatores.

A qualidade da interação da mãe com o seu filho, será assim o indicador mais importante da sua sensibilidade visto que é essencial que as respostas da mãe sejam apropriadas à situação e às comunicações do bebé e a confiança na sua capacidade para conhecer e responder às necessidades do bebé é também importante para a qualidade da relação mãe-criança.

Resumindo, as mães sensíveis são geralmente acessíveis e empáticas para com os filhos e estão conscientes dos mais subtis sinais por eles emitidos. Por outro lado, as mães que não têm uma perceção positiva dos seus bebés apresentam maiores dificuldades em responder às necessidades da criança, tornando-se mais difícil a interação. Estas dificuldades podem afetar a sincronização emocional e comportamental entre o bebé e a mãe, comprometendo o desenvolvimento futuro da criança.

Neste contexto, torna-se importante que as mães com mais dificuldades sejam ajudadas a encontrar respostas mais adequadas às características específicas do bebé e a estabelecer comportamentos que possibilitem uma interação de maior qualidade.

Criar momentos de qualidade na relação possibilita ganhos para todos os membros da família, e para isso acontecer por vezes é importante parar as rotinas pessoais e profissionais para nos dedicarmos inteiramente à criança por um momento que seja.

Já sorriu para o seu filho hoje?