O que é? Quais os sinais? O que fazer?
O que é?
A Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem específica na leitura. A sua presença não é indicador de um funcionamento intelectual inferior mas, sim de défices neuro-psicológicos específicos, ou seja, a origem das dificuldades na leitura é neurobiológica. Por outras palavras, o cérebro de uma pessoa com dislexia não apresenta (à partida) uma lesão mas, funciona de forma diferente daqueles que não têm dislexia (Cruz, V. 2009). A capacidade intelectual das pessoas com diagnóstico de dislexia encontra-se na média ou mesmo acima da média. Por esse motivo é comum ouvirmos coisas como “O meu filho é tão perspicaz para coisas práticas mas, no que toca à leitura… tem imensas dificuldades!”; “O meu filho é tão despachado em tudo, que não percebo o porquê de tantas dificuldades com as letras e as palavras, parece que não é o mesmo miúdo.”; “Fica horas para ler um parágrafo, é um sofrimento…”. Estas diferenças de desempenhos demonstram bem que a Dislexia diz respeito a dificuldades específicas na leitura e não a dificuldades generalizadas na aprendizagem ou a um défice intelectual.
Sinais de alerta
Um dos principais sinais de alerta para a presença de uma dislexia, diz respeito às dificuldades ao nível da consciência fonológica (i.e., manipulação de fonemas e sílabas, assim como sensibilidade às rimas). A investigação tem demonstrado que este é o indicador mais fiável relativamente à aprendizagem da leitura e escrita no início da escolaridade. As crianças que apresentem fracos desempenhos na consciência fonológica, irão ter maiores dificuldades para aprender a ler e a escrever. Para além disso, em idade escolar, devemos estar atentos a alguns destes sinais:
– A aprendizagem da leitura e escrita é muito vagarosa, tendo em conta o esperado para a sua idade.
– A sua velocidade leitora tende a ser silábica, hesitante e sem expressividade.
– Apresenta uma leitura pouco fluente e precisa, o que resulta em dificuldades de compreensão dos textos lidos.
– Na leitura é frequente adicionar, omitir ou confundir letras e sílabas nas palavras, assim como ler outras palavras que não as que estão no texto (e.g., ou por terem uma estrutura semelhante como |boca-bola|, ou por terem uma semântica próxima |barco-navio|).
– Quando escreve surgem erros ortográficos, fonológicos e/ou lexicais em quantidades significativas.
– É frequente apresentar tempos de atenção muito reduzidos, dando rapidamente sinais de cansaço, durante os períodos de leitura ou escrita.
– Os seus desempenhos escolares tendem a ficar aquém das suas reais capacidades intelectuais.
– Demonstra uma fraca memória verbal, isto é, tem dificuldade em recordar a informação que lhe é transmitida verbalmente.
O que fazer?
Se identifica alguns dos sinais acima referidos, deve procurar a orientação de um especialista, para avaliar e despistar os fatores que podem explicar tais dificuldades, assim como aconselhar sobre qual o melhor plano de intervenção para o caso específico do seu filho. É importante que se procure a ajuda de um profissional o mais cedo possível, pois mesmo antes de ser estabelecido um diagnóstico, pode e deve-se intervir nas áreas deficitárias, implementando estratégias de reeducação nas dificuldades de aprendizagem específica na leitura.
A avaliação e intervenção devem ser realizadas por técnicos especializados na área, pois são processos complexos que recorrem a um protocolo específico.
Ficou com alguma questão? Gostaria de esclarecê-las ou obter mais informação? Contacte-nos, estamos disponíveis para o receber e orientar nas Dificuldades de Aprendizagem Específicas.
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Quer que ele estude sozinho? Então vamos por partes. 1, 2, 3… e tudo outra vez!
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