Durante muito tempo, razão e emoção foram consideradas antagônicas: a emoção seria uma força irracional e impulsiva, contrária à coerência e ao equilíbrio, característicos da inteligência. Até hoje, em algumas culturas, a educação exige que as pessoas mostrem mais o seu lado racional, em detrimento das emoções.
Autores evolucionistas, como Darwin, propuseram unir os dois aspectos, salientando a importância da expressão das emoções para a sobrevivência e adaptação ao grupo.
Na segunda metade do século XX, o conceito de inteligência emocional – desenvolvido por Goleman, Salovey e Sluyter – foi apresentado como a capacidade de perceber, avaliar e controlar as emoções reflexivamente, de modo a promover em conjunto o crescimento emocional e intelectual. E finalmente, com a teoria das inteligências múltiplas de Gardner, razão e emoção foram cientificamente interligadas, através dos conceitos de inteligência intrapessoal e interpessoal. Atualmente, sabemos que emoção e cognição se complementam e são expressas por um conjunto relativamente amplo de capacidades.
A inteligência emocional é a qualidade que nos permite encarar com paciência, percepção e sobriedade os problemas em nossos relacionamentos com os outros e com nós mesmos. Ela é a capacidade empática de compreender o que se passa com os outros e aceitar seus pontos de vista; nos ajuda a lidar com nossos próprios sentimentos (como a raiva, inveja, ansiedade, etc) e traz resiliência para superar os contratempos da vida.
No momento, nosso grande desafio é saber como a inteligência emocional pode ser desenvolvida, e a quem se deve esta atribuição. Nossas sociedades têm uma enorme consideração coletiva pela educação; tradicionalmente, delimitam com clareza o campo em que ela se dá: o ensino dos números, da linguagem, ciências e história, mas desconsideram a necessidade de sermos educados em nosso próprio funcionamento emocional.
A educação emocional propõe um novo paradigma pedagógico, em que o indivíduo é estimulado a desenvolver competências intra e interpessoais, sabendo lidar criativamente com seus conflitos e os do meio, e aumentando sua autoconfiança e equilíbrio emocional. A educação, em seu sentido pleno, deve procurar abranger todas as áreas da experiência humana, e por isto mesmo não pode ficar restrita às salas de aula.
Sabemos que o desenvolvimento emocional é um processo de construção pessoal, altamente influenciado pelo meio. Por isto é muito importante que não somente as escolas, mas as famílias e a sociedade como um todo, dediquem mais atenção ao treinamento emocional dos seus indivíduos.
Lembrando que, na verdade, nós nunca deixamos de crescer, e que a possibilidade de desenvolvimento emocional está presente ao longo da vida, podemos nos tornar sempre mais inteligentes emocionalmente, e assim mais tranquilos, eficientes e bem sucedidos.
Vale o esforço, pois afinal, como advertiu Aristóteles, lá no século V A.C.:
“Qualquer um pode zangar-se — isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e de maneira certa — não é fácil”.
Isis de León, Psicóloga da OP Brasil
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