Já todos passámos pelo frio imenso à noite que não dá vontade de fazer nada, chegar a casa e vestir logo uma roupa quente e confortável. E não há frio que seja pior do que o inesperado, como agora, já entrados no que deveria parecer-se com uma Primavera. Sentimos uma paixão platónica pelo aquecedor ou o cobertor elétrico – cada vez mais personificados, dia após dia. Ou, aqueles dois pares de meias de lã, que parecem não querer sair; aquele pijama largo, grosso e à “prova de bala”.
De facto, estudos revelam que é no Outono e no Inverno que há menos relações sexuais. Um estudo da multinacional farmacêutica Eli Lilly, realizado em 13 países, incluindo Portugal, revelou que apenas 6% dos inquiridos portugueses, tanto homens como mulheres, prefere ter relações sexuais no Inverno. Quanto ao Outono apenas 3% relevou a sua preferência por essa estação do ano. A estação de eleição para fazer amor, como uma preferência de 30% é, sem dúvida, o Verão(1).
Ao pensar nessas noites frias do ano, há inúmeras estratégias a que o casal pode recorrer para aquecer – verdadeiramente aquecer – a relação sexual. Uma forma de acalorar a alma, acender o romance e apimentar os ânimos é ouvir uma boa música, que seja do agrado de ambos, e dançar. Com a sua sensualidade inerente, a dança permite explorar o corpo de uma forma curiosa mas delicada. A criatividade pode, e deve, ser um aliado e também um miminho ajuda sempre: o romance, a empatia e a química que vos uniu devem fazer parte desse cocktail.
Na verdade, esta não é apenas uma questão de estações do ano. Seja Inverno, seja Verão, certas relações passam por alturas mais gélidas, em que o romance arrefece. O importante é, sobretudo, chegar(-se) mais perto do seu parceiro, física mas também emocionalmente. O capital é ouvir e falar abertamente, questionarem-se sobre o que é que precisam.
E agora pergunto: e você, vai ficar ao frio?
(1) Jordão, R. (s.d.). Consultado em 14 de Setembro de 2013, através de http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/utentes/sexualidade/nas_estacoes_quentes_e_nos_fins-de-semana_ha_mais_apetite_sexual
Sofia Alegria – Psicóloga Clínica