Estará o meu filho exausto de tantas atividades?
Atualmente a maioria das crianças em idade escolar frequenta atividades extracurriculares, benéficas para o seu desenvolvimento a vários níveis. Porém, cada vez mais, as crianças que têm o tempo tão preenchido que chegam a sentir-se sobrecarregadas.
A pressão para participar, após um longo dia de escola, numa mão cheia de atividades todos os dias da semana, deslocando-se “a correr dum lado para o outro”, pode ser física e emocionalmente desgastante, tanto para as crianças como para os pais. Com frequência ouvimos as famílias afirmarem que não sobra tempo nenhum para brincarem e, em alguns casos, nem conseguem juntar toda a família à mesa de jantar, tal é a dificuldade em conciliar horários.
Para terem um desenvolvimento saudável e serem felizes, as crianças precisam de tempo para serem crianças, tendo momentos para brincar livremente. Brincar, entre imensos benefícios, estimula o desenvolvimento emocional. Mas, infelizmente, muitas crianças não dispõem de tempo para estarem, simplesmente, sem fazer nada. Este estilo de vida acelerado, associado a refeições rápidas ou horas de sono roubadas à cama, podem ser uma fonte de elevados níveis de stress. Mais cedo ou mais tarde, as crianças começarão a dar sinais a que os pais devem estar atentos: sentirem-se cansadas constantemente, queixarem-se de dores de cabeça ou de barriga, dificuldades de concentração, ansiedade, alterações de humor, irritabilidade, desmotivação para os trabalhos escolares e notas mais baixas, por exemplo.
Na maioria dos dias, o seu filho não consegue ter tempo para dedicar calmamente às tarefas fundamentais e prioritárias, tais como brincar, descansar, fazer os trabalhos de casa, ou ter momentos de lazer com a família? Se a sua resposta foi sim, talvez seja a altura de ajudar o seu filho a reduzir o número ou carga horária de atividades extra-curriculares. A chave é reprogramar com moderação e reavaliar as atividades tendo em conta a idade, temperamento, interesses e necessidades atuais da criança. Será que tantas horas de explicações ou aulas de piano estão realmente a contribuir para o bem-estar e sucesso do seu filho? Se algo é muito exigente, a criança provavelmente desmotivará e será uma experiência frustrante. Nestes casos, as atividades por muitos benefícios que apresentem, podem estar a ser contraproducentes.
De forma a definir limites razoáveis e mais agradáveis para toda a família apresentam-se algumas sugestões.
– Definir que porção do tempo livre da criança poderá ser ocupada em atividades extra-curriculares (uma tarde por semana? Uma hora de atividade três vezes por semana?), deixando algum tempo livre para poder brincar livremente e para atividades não planeadas. Ter um calendário com as atividades anotadas permite perceber se o tempo está bem distribuído (tempo letivo, estudo, explicações, hobbies, lazer, convívio familiar) e permite que a família se organize melhor.
– Poderá fazer com a criança uma lista das atividades por ordem de preferência e prioridade e ficar combinado experimentá-la noutra altura (nas férias ou no ano escolar seguinte).
Gostaria que o seu filho fosse mais inteligente e equilibrado? Dê-lhe tempo para brincar! Quer melhorar a sua relação com ele? Brinquem juntos, todos os dias!
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