“A psique (alma) e corpo reagem complementarmente uma com outro, em meu entender. Uma mudança no estado da psique produz uma mudança na estrutura de corpo, e à inversa, uma mudança na estrutura de corpo produz uma mudança na estrutura da psique”.
Aristóteles (384-322 A.C.)
O termo Psiconeuroimunologia foi introduzido por Robert Ader, em 1981, para definir o estudo da interação entre o sistema nervoso central (SNC) e o sistema imunológico. Graças aos avanços nas áreas da biologia celular e molecular, genética e neurociência tem sido possível cada vez mais compreender as ligações entre o cérebro, comportamento e o sistema imunológico, e as implicações que estas ligações podem ter ao nível da nossa saúde.
Varias décadas de investigação científica têm demonstrado que o funcionamento entre estes sistemas é integrado e interdependente e que stressores físicos e psicossociais alteram a resposta do sistema imunológico, resultando no aumento da suscetibilidade e resistência às doenças auto-imunes, inflamatórias, infeciosas, alérgicas e virais.
A exposição contínua a estímulos e acontecimentos stressantes contribuem para um estado de exaustão do organismo, colocando em causa o seu funcionamento equilibrado e integrado e comprometendo as ligações entre cérebro, hormonas e sistema imunológico. A dificuldade crescente em lidar com o stress manifesta-se na diminuição da competência e capacidade de defender o corpo de estados de doença, que podem vir a manifestar-se nas variadas formas e graus de intensidade.
Se o stress é um fator que pode inibir a resposta imunológica, faz todo o sentido utilizar estratégias de gestão de stress e ansiedade para contrapor e restaurar o equilíbrio entre sistemas. Na realidade, estudos têm revelado que a prática de relaxamento regular pode ajudar a aumentar o número de células NK (Natural Killer Cells, responsáveis pela defesa do organismo no combate a infeções virais e células tumorais) e células T (um grupo de glóbulos brancos que têm um papel primordial no processo de imunidade celular).
A psicoterapia apresenta assim vantagens evidentes no processo de alteração das respostas aos mais variados estímulos stressantes, assim como, providencia o apoio necessário à compreensão das causas subjacentes que motivam e perpetuam essas mesmas respostas.
Susanne Marie França