Será que o meu filho sofre de bullying?
Sabia que os efeitos psicológicos de sofrer de bullying persistem até à idade adulta? Passados tantos anos, e depois de a violência parar, as vítimas podem já em adultos desenvolver sintomas ou perturbações como stress pós-traumático, ansiedade social, depressão. Fique atento a sinais que o/a seu/sua filho/a possa demonstrar e que podem indicar que está a sofrer com bullying: hematomas e feridas, materiais que desaparecem ou estão estragados; mudança no comportamento (alimentar, sono), agitação, desmotivação para actividade em que antes tinha prazer, silêncio, queda no rendimento escolar, recusa em ir à escola, irritabilidade, agressividade. Ser vítima de bullying tem consequências a nível psicológico, com o aparecimento de ansiedade, depressão, em última instância, suicídio.
E se não é a vítima, mas o agressor?
As crianças que agridem também precisam de ajuda para encontrar formas mais saudáveis de interagir com os outros. São crianças em que o cumprimento de limites é-lhes difícil, e estão habituadas a conseguir o que querem, seja com força física, seja com birras. A tolerância à frustração é muito pequena. Normalmente têm uma fraca auto-estima, embora não seja facilmente visível e são bastante inseguras.
O que podemos fazer enquanto pais?
Manter um diálogo aberto, em que a partilha de problemas não é desvalorizada, sem crítica, reforçando essa partilha; manter um contacto constante com a escola e os professores/ funcionários que estão mais atentos (direção de turma), averiguar a veracidade dos acontecimentos; reforçar a sua auto-estima e competência; treinar competências para lidar com a situação da melhor forma.
O bullying é um problema não só das crianças que são vítimas, ou agressores, nem só dos pais ou da escola mas da sociedade. Este é um problema que cada vez mais se tem expandido, principalmente o cyberbullying, com a facilidade de troca de mensagens, imagens e vídeos que servem de arma de violência psicológica. Lutar contra este problema passa por reconhecê-lo, envolver os pais, professores e outros adultos a identificar precocemente, desenvolver competências nas crianças de forma a sejam mais seguros e tenham estratégias de lidar com os outros de forma mais saudável. Afinal, o futuro é das crianças.
Inês Ponte
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