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Cecília Santos

Cecília Santos

“Sempre que chegava o momento de comer a sopa, a Joana sentia dores de barriga e dizia estar muito mal disposta.”

Grande parte das crianças, em alguma fase do seu desenvolvimento, recusam comer determinados alimentos. Tal como os adultos, também elas têm as suas preferências, contudo, o que geralmente acontece é que os alimentos mais saudáveis são aqueles que elas colocam na sua lista de “alimentos indesejados”. Apesar de ser comum, as crianças resistirem à ingestão de alguns alimentos, esta recusa alimentar pode constituir um problema.

Quando a restrição de alimentos é cada vez maior e não existe qualquer tipo de abertura à experiência e quando surgem queixas como, dores de barriga, vómitos e um mal-estar geral, pode significar que os momentos de refeição são encarados como situações desencadeadoras de grande ansiedade. Como tal, é importante perceber qual o motivo pelo qual a criança encara os momentos de refeição como algo stressante para ela. Poderá ser simplesmente porque lhes rouba algum tempo das suas brincadeiras, ou por outro lado, poderá estar associado a factores mais complexos.

O papel dos pais é fundamental neste processo de “luta pelos alimentos”, e uma das formas que poderá ajudar a criança a ultrapassar esta dificuldade com a comida, será por exemplo criar uma pequena história onde ela será envolvida.

Ela poderá ser um super-herói, ou soldado, que conquista alimentos, e que é reconhecido por todos, por ser um personagem forte, que luta contra as suas adversidades.

Para motivar a criança nesta conquista, poderá criar com ela um quadro com autocolantes a cada alimento conquistado, e assim que completar cada linha, terá direito a um prémio, como por exemplo, um jogo divertido em família, ou até a sua refeição preferida no final da semana.

Se os momentos de refeição lá em casa, são encarados pelo seu filho com alguma ansiedade, procure suavizar os momentos das refeições, com pequenas histórias e evite pressionar demasiado a criança. Tente combinar com ela pequenas recompensas e procure mostrar-lhe que os momentos de refeição fazem parte da rotina familiar, e que todos beneficiam desse momento único. É igualmente importante que a refeição seja igual (caso não haja nenhuma excepção) para todos os elementos da família, ainda que em doses diferenciadas.

 

Em situações, nas quais a recusa alimentar é predominante, e onde surgem queixas somáticas associadas, é aconselhável procurar ajuda junto de profissionais de saúde.