As mais variadas áreas de trabalho têm hoje características em comum: rapidez, agilidade, atenção e prontidão, exigidas aos trabalhadores na realização das suas inúmeras tarefas. Assim, as pessoas são submetidas a grandes cargas de trabalho e a grande responsabilidade, negligenciando o tempo de lazer e de descanso de que o corpo precisa.
A doença do trabalho
A síndroma de burnout é um distúrbio psíquico de carácter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso cuja origem está intimamente ligada à vida profissional. As suas causas compreendem uma multidimensionalidade de factores individuais e ambientais ligados a uma percepção de desvalorização profissional. Segundo vários autores, a síndroma de burnout passa por um conjunto de estágios que vão desde a necessidade de o indivíduo se afirmar ou provar ser sempre capaz, passando pela intensificação da dedicação ao trabalho, à negligência das suas próprias necessidades (como comer, dormir ou sair com os amigos). O indivíduo começa a não enfrentar as situações que o incomodam e a negar os problemas, bem como a ter a sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante. Estes e outros estágios levam ao esgotamento profissional, característico nesta síndroma.
O burnout pode ter, entre outros, um conjunto de sintomas físicos, psíquicos e/ou comportamentais. Os mais expressivos são o aumento constante do cansaço, dores de cabeça, tonturas, dores musculares, falta de ar, oscilações de humor, distúrbios de sono e problemas digestivos. Os sintomas psicológicos passam pela dificuldade de concentração, sentimentos negativos sobre o viver, trabalhar e ser, irritabilidade, baixa autoestima, depressão, entre outros. Estes sintomas desenvolvem comportamentos como a negligência ou o perfeccionismo, agressividade nas relações quotidianas, isolamento, perda de interesse pelo trabalho e outras actividades.
No entanto, o burnout tem cura! O tratamento psicoterapêutico é fundamental e em alguns casos pode ser acompanhado por medicação. Contudo, é muito importante o diagnóstico, pois muitas vezes esta síndroma pode ser confundida com a depressão.
Mas, será possível prevenir o burnout? Sim. As estratégias de prevenção podem ser organizadas em três categorias: individuais (referentes à formação de resolução de problemas, assertividade e gestão do tempo de forma eficaz); de grupo (que consistem em procurar o apoio dos colegas e supervisores, melhorando desta forma as capacidades, obtendo novas informações e apoio emocional, ou outro tipo de ajuda) e organizacionais (fundamentais, visto que o problema se encontra no contexto laboral; estas estratégias consistem no desenvolvimento de medidas de prevenção para melhorar o clima de trabalho, tais como programas de socialização).
Já alguma vez se sentiu invadido pela síndroma de burnout?
Autora: Cláudia Pereira