Actualmente, sabemos que foram publicados mais de 1500 artigos científicos desde 2006 sobre meditação. Encontramos as práticas de meditação espalhadas pelos mais diversos campos do saber. Tradicionalmente, estaria mais associada a contextos religiosos e culturais específicos, mas sabe-se hoje que é largamente utilizada nos contexto de saúde mental e física.
Como podemos negar a importância da meditação? Já não podemos! (se é que isso ainda era possível…). A meditação, comprovadamente, instituiu-se, hoje em dia, como prática fundamental na recuperação de adições (droga, jogo, etc…), na redução do sofrimento na fibromialgia e na dor crónica, assim como, na redução de stress, na melhoria do sono, e nos problemas de atenção.
Mas, para si, caro leitor que surfa na crista da onda Mindful, informo-o que os resultados mais fascinantes resultam da investigação no campo dos efeitos a longo prazo na anatomia do nosso cérebro. Vou procurar explicar-lhe o que se passa:
O sistema límbico (responsável por dar valor emocional às pessoas, lugares e à nossa experiência de vida como um todo) regula, além de outras coisas, a nossa capacidade de nos relaxarmos. Como é que ele faz isto? É o sistema límbico que controla o ramo do sistema nervoso que está responsável por acelerar ou desacelerar o batimento cardíaco, pressão arterial, ritmo da respiração, enfim, todo o metabolismo autónomo (parte da nossa fisiologia)!
Agora imagine a pessoa com quem se zangou fortemente a semana passada… já está? Ok! Neste momento, o seu sistema límbico é o responsável por estar a sentir: calor no corpo, coração a acelerar, estômago a enrolar-se, e tensão na nuca…
Quer uma novidade? A meditação afecta o sistema límbico, e com efeitos duradouros…! Já ligou as duas partes certo? Ao afectar o sistema límbico a meditação ajuda-nos a desenvolver a disciplina necessário para termos controlo sobre a facilidade com que disparam estas respostas físicas e emocionais automáticas.
Ou seja, a prática da meditação tem um efeito calmante que nos deixa mais relaxados e fisiologicamente mais regulados, porque ficamos mais focados. Assim, somos menos sujeitos às distracções que as nossas emoções e as nossas reacções físicas nos provocam e, isto, literalmente, muda o nosso cérebro!
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