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Resumo: Os dias mais escuros, o frio e a chuva e parecem contribuir para o aumento de sintomas depressivos durante o Outono e o Inverno.

A melancolia do tempo escuroCom a chegada do Outono, sente-se mais lento/a? Tem mais dificuldade em acordar de manhã? Cede mais facilmente à tentação das guloseimas? Tem mais dificuldade em estar concentrado/a no trabalho ou até quando está à conversa com amigos/as? Ou simplesmente, sente-se deprimido/a?

Se respondeu sim a uma, ou mais, destas questões, então pode sofrer de SAD (Seasonal Affective Disorder = Perturbação Afetiva Sazonal). Esta é uma dificuldade que afecta milhões de pessoas em todo mundo, principalmente no Hemisfério Norte. Por exemplo, estima-se que cerca de 5% da população norte-americana sofre de SAD.

De uma forma geral, toda a gente sente alterações no seu comportamento e nas suas emoções conforme a estação do ano – contudo, nem todos o sentimos da mesma forma. É como se existisse um espectro, onde algumas pessoas se colocam numa ponta, onde as alterações no seu comportamento e emoções são muito pouco visíveis, e algumas pessoas se colocam no outra ponta, sofrendo grandes alterações de humor, de energia, de padrões de sono e de alimentação. Nesta lado do espectro, o grau de dificuldade pode ser tão grande que pode ser necessária ajuda psicológica.

Sintomas

Mas então quais são os sintomas possíveis de SAD?

  • Dificuldade a acordar de manhã ou tendência para dormir demais;
  • Tendência para também comer demais, principalmente guloseimas ou “porcarias”, o que pode levar a um aumento de peso;
  • Falta de energia, cansaço ou fadiga;
  • Dificuldade em concentrar-se ou em completar tarefas do dia-a-dia;
  • Isolamento de actividades sociais, dos amigos e/ou da família;
  • Desejo sexual diminuido;
  • Pessimismo, tristeza e melancolia;
  • Ausência de prazer e motivação nas tarefas diárias;
  • Irritabilidade e ansiedade.

Para uma pessoa com SAD, é como se existissem duas personalidades diferentes dentro de si: uma durante a Primavera/Verão, e uma durante o Outono/Inverno. A primeira tem energia, é produtiva no trabalho, é alegre nas interações com as outras pessoas e toma iniciativa perante a sua vida. A segunda, por sua vez, está sempre desconcentrada, cansada, tem dificuldade em lidar com as tarefas do dia-a-dia e prefere estar mais sozinha. Como se, com a chegada do frio, a pessoa hibernasse. Depois, com a chegada da Primavera, tudo volta ao normal.

Qualquer pessoa pode sofrer de SAD, independentemente do seu sexo, género, idade, extracto social ou habilitações literárias. O único factor determinante parece ser a localização geográfica: quanto mais próximo dos pólos, maior a probabilidade de desenvolver SAD, devido à menor exposição solar e à existência de Invernos mais rigorosos.

A duração destes sintomas também é muito variável de pessoa para pessoa, sendo que pode ser durante apenas um mês ou durante toda a estação do Outono e do Inverno. Devido à sua regularidade sazonal, algumas pessoas com SAD conseguem até prever quando é que os seus sintomas vão surgir.

Tratamentos e dicas

Os tratamentos existentes para SAD incluem: medicação (e.g. antidepressivos), fototerapia ou psicoterapia. A fototerapia é especialmente importante nos países nórdicos, onde a luz solar é muito escassa durante o Outono e o Inverno, o que agrava os sintomas de SAD.

Existem também pequenas alterações nas rotinas diárias, que podem ser implementadas para prevenir, diminuir ou travar os sintomas de SAD:

  • Aproveite ao máximo as horas de sol disponíves;
  • Torne o seu ambiente de casa, ou do trabalho, o mais luminoso possível;
  • Mantenha um horário de sono regular;
  • Não se isole de amigos e familiares;
  • Aproveite também para aumentar a “temperatura” no quarto;
  • Faça exercício físico;
  • Tenha uma alimentação regrada;
  • Consulte o/a seu/sua médico/a de família para receber suplementos de Vitamina-D e de ferro;
  • Aprenda técnicas de relaxamento e/ou meditação;
  • Aprecie a beleza do Outono e do Inverno;
  • E, se tiver possibilidade, faça uma viagem para um local mais quente e solarengo.

Se ainda assim os sintomas persistirem, não hesite em contactar-nos na Oficina de Psicologia.

Autor: Catarina Cunha

Fonte: Rosenthal, N.E. (2012). Winter Blues: Everything you need to know to beat Seasonal Affective Disorder. New York, NY: Guilford Press.

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