A ansiedade, enquanto condição psicológica, é um estado que está afastado de qualquer perigo, tanto concreto como real. Este é um tipo de medo por antecipação que tem por base pensamentos ou até fantasias catastróficas acerca de um futuro que poderá ou não acontecer.
Identificamo-nos com este pensamento, e criamos um hiato temporal projectando-nos num futuro no qual não podemos agir.
Imaginemos que, neste preciso momento, tínhamos um leão à nossa frente. O corpo daria uma resposta física à ameaça para que pudéssemos agir sobre ela. O ritmo cardíaco aceleraria, assim como a respiração, fornecendo ao corpo elementos que pudessem dar resposta ao agente ameaçador – fugindo ou atacando.
Quando nos identificamos com um pensamento que representa um perigo potencial futuro, o corpo emite as mesmas respostas, com a diferença de que não pode agir porque o perigo não é actual, não está no presente. Experimentamos então ansiedade ou, no limite, pânico.
Se nos desidentificarmos com a mente e nos tornarmos observadores dos nossos pensamentos, obtemos um pensamento e apenas um pensamento e não a realidade; no agora nada disto está a acontecer.
Façamos então o exercício de sermos observadores dos nossos pensamentos, não os julgando nem alimentando, apenas aceitando-os. Veremos como eles surgem e desaparecem. Não nos definem nem reflectem um futuro real. E observemos o que acontece às emoções e às sensações corporais, que por certo já não serão tão avassaladoras como quando acreditávamos piamente nos nossos pensamentos, porque elas são uma resposta à mente.
Vale a pena tentar e ser mindful (se não sabe do que se trata, espreite este artigo: https://oficinadepsicologia.com/mindfulness)!