O cancro da Próstata tem um grande impacto na saúde do homem, assim como na sua qualidade de vida. Os paciente que têm de ser submetidos à prostectomia radical devem ser sempre alertados quanto aos riscos que correm, entre os quais se destacam a incontinência urinária e a disfunção eréctil (DE). A prostectomia é, portanto, um fator de risco para a disfunção erétil, problemas de ejaculação e alterações no orgasmo. Homens com idade abaixo dos 65 anos têm uma melhor função erétil, no entanto existem vários fatores como a diabetes, hipertensão, colesterol, tabagismo e doenças cardíacas que interferem com o funcionamento erétil após uma prostectomia. Alguns estudos revelam que a prevalência de disfunção erétil após a prostectomia radical pode chegar a 60%.
A DE é a incapacidade constante ou recorrente de obter ou manter uma ereção permitindo a atividade sexual durante pelo menos 3 meses. A DE pode atingir homens de qualquer idade, tornando-se mais frequente em homens com o idade avançada. Apresenta uma prevalência global de cerca de 13% em Portugal (Episex-pt, 2006), e continua para muitos como um assunto tabu, sendo o tema abordado com dificuldade, até com o médico de família.
Causas:
A ereção resulta de um processo complexo envolvendo o cérebro, as hormonas, os nervos pélvicos e os vasos sanguíneos irrigando o pénis. As estruturas penianas responsáveis pelo mecanismo erétil são os corpos cavernosos, dois compartimentos cilíndricos envolvidos numa túnica sólida (Albugínea). Em paralelo corre o corpo esponjoso contendo a uretra. Com a excitação, o aumento do fluxo sanguíneo ao pénis assim como a diminuição da drenagem expande os corpos cavernosos.
Encarada anteriormente como uma patologia de causas primariamente psicológicas, a disfunção erétil resulta com maior frequência de uma causa física, geralmente uma doença crónica sistémica, o efeito secundário de um tratamento instituído ou ainda a combinação destes fatores.
As causas psicológicas da DE representam 10 a 20 % dos casos e incluem a depressão, ansiedade, stresse, cansaço, assim como o problemas relacionais com a parceira. A combinação de um problema psicológico com uma causa física menor inicial poderá ser a origem de uma DE grave.
Fatores de risco:
- Envelhecimento: incidência de cerca de 80 % no grupo etário acima dos 75 anos;
- Patologia crónicas: Diabetes Mellitus, aterosclerose, doença renal, hepática, pulmonar, nervosa, endócrina, crónicas (Diabetes Mellitus, Ateroesclerose, Hipogonadismo,…);
- Tratamentos médicos crónicos: antihipertensores, antidepressivos, antihistamínicos, hipnóticos, tratamento médico do cancro da próstata,…;
- Tratamentos cirúrgicos: por lesão dos nervos pélvicos (prostatectomia radical, cistectomia,..);
- Traumatismos: associados ou não a fraturas da bacia;
- Abusos sociais ou comportamentais: tabaco, álcool, marijuana ou drogas pesadas;
- Sresse, ansiedade, depressão: Causas psicológicas da disfunção eréctil;
- Obesidade;
- Síndrome metabólica: caracterizada por obesidade, dislipidémia, hipertensão arterial e resistência à Insulina;
- Ciclismo: compressão prolongada dos nervos e vasos perineais responsável por DE temporária.
Tratamento:
Existe hoje em dia uma plêiade de opções terapêuticas, desde o aconselhamento sexual até às opções cirúrgicas, mas o tratamento adequado dependerá sempre da(s) causa(s) e da severidade da DE contrapostas às expectativas do doente.
Dentre os vários tratamentos destaca-se:
- Medicação oral;
- Prostaglandina E (Alprostadil);
- Reposição hormonal;
- Bombas de vácuo;
- Cirurgia vascular;
- Implantação de próteses penianas;
- Terapia sexual: é uma das terapias para a DE , principalmente na presença de stresse, ansiedade, depressão. A falta de conhecimentos acerca da função sexual normal ou qualquer tipo de tensão relacional tornam essencial uma intervenção educativa para o doente ou o casal. Pode ser extremamente útil em casos de cancro da próstata, nomeadamente para ajudar o paciente a gerir todas as alterações provocadas pela doença.
Prevenção:
- É determinante o controlo das doenças crónicas, assim como a eliminação dos fatores de risco;
- Controlo da Diabetes e risco coronário;
- Eliminação de tabaco;
- Limitação de ingestão de álcool e de drogas ilegais..;
- Prática de exercício físico regular;
- Sono regular;
- Controle do stresse;
- Tratamento de estados de ansiedade e depressão;
- Acompanhamento médico regular.
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