Em muitas situações de mudança que lidamos na nossa vida pressupõe algumas perdas. Por exemplo, se nos mudamos para uma casa maior, talvez tenhamos de deixar para trás algo que cuidamos com tanto carinho, mas esta perda é compensada por todas as vantagens que nos proporciona um lugar mais amplo e confortável. No entanto, teremos de efectuar a mudança para saber até que ponto nos sentimos confortáveis ali.
Através de diferentes mecanismos, o cérebro emocional procura sempre dar-nos segurança, como evitarmos situações de conflito ou de perigo. Como em qualquer situação nova há elementos que escapam ao nosso controlo e a ansiedade gerada pelo medo ao desconhecido aparece. E porque é que esta ansiedade surge? As mudanças fisiológicas que se produzem perante esta emoção, sempre que não sejam exageradas nem se convertam em algo repetitivo, dão-nos uma energia extra e um estado de alerta geral que pode ser bastante útil para detectar os possíveis contratempos que se apresentem. Também podemos dizer o mesmo sobre a preocupação, pois permite-nos prever as possíveis dificuldades antes que estas nos criem problemas.
A forma como enfrentamos as mudanças não é igual para todos. Há pessoas que preferem a rotina, enquanto para outras, a rotina torna-se intolerável.
E como é que, de uma forma geral, as pessoas rotineiras vivem uma mudança? A tendência é, geralmente, para viver exageradamente qualquer ameaça à estabilidade, existindo também uma falta de confiança em si próprias. Desta forma, as pessoas rotineiras limitam a sua criatividade, a sua imaginação e os seus desejos para que possam viver sempre dentro da sua segurança.
Por isso é tão importante preparar-se para enfrentar as situações novas com confiança, sem exigir de si próprio a perfeição desde o início, e mostrando o maior entusiasmo e optimismo possíveis. Quando surge uma situação nova, há atitudes que nos permitem uma rápida adaptação e outras que, pelo contrário, nos mantêm atados a situações que já são constantes.
Embora no início a nova situação nos obrigue a um esforço, as mudanças efectuadas poderão trazer benefícios que compensem as pequenas perdas que implicam.
Quanto maior for a confiança em si próprio, uma melhor atitude terá perante as situações novas. Para a alcançar é necessário fazer uma avaliação justa das próprias capacidades, dando especial atenção a todas as oportunidades nas quais as tarefas foram realizadas satisfatoriamente. E, assim, prestar mais atenção aos sucessos do que aos fracassos, pois permitirá desenvolver a auto-estima e o entusiasmo necessários para enfrentar as novas situações.