Nem sempre é muito fácil os filhos aceitarem e adaptarem-se aos novos namorados dos pais. Por isso é importante saber relacionar-se com o(a) seu/sua enteado(a).
Uma relação saudável e positiva resulta de uma construção de muitos momentos igualmente saudáveis e positivos, pelo que a conquista é sempre feita lentamente e com muita paciência.
Um dos grandes medos que as crianças e jovens podem sentir é que o papel dos seus pais biológicos fiquem comprometidos ou esquecidos, na presença destes terceiros elementos. Assim é importante respeitar o lugar da mãe ou do pai (consoante o seu papel de madrasta ou padrasto); pelo que se tem a sua própria opinião sobre educação parental partilhe as suas observações educativas com o(a) seu/sua parceiro(a), para que ele(a) o faça posteriormente com o(a) pai/mãe biológico(a), se assim o entender – lembre-se que eles serão sempre os pais. Se o seu enteado perceber que os respeita, ele sentir-se-á muito mais seguro e disponível para confiar em si.
Experimente uma aproximação ao seu enteado, perguntando-lhe situações muito concretas como “como correu o dia de escola?”, “quais as disciplinas preferidas?”, “o que está a gostar mais de aprender?”, “o que está a ser mais difícil?”, etc. e à medida que vai conquistando mais confiança poderá ir conhecendo o seu enteado na sua vida mais pessoal com questões relacionadas com amigos, namorado(a)s, preocupações, a forma como se tem sentido, etc. é assim que se constroíem laços fortes – conversando e conhecendo-se mutuamente.
Experimente organizar actividades e programas que sabe que são do interesse dele, de forma a que o seu enteado se sinta respeitado e investido por si. Esta também é uma forma dele poder participar com maior motivação em eventos familiares e, posteriormente, ser mais fácil integrar-se nos restantes momentos.
Não se sinta directamente ofendido(a) se o seu enteado elogiar o pai/mãe biológico em comparação consigo, pois esse é um sinal em como ele ainda está a adaptar-se a uma nova realidade que é quase sempre difícil numa fase inicial. Esta é um episódio mais comum entre enteados adolescentes, que são por norma mais desconfiados e difíceis.
Se nenhuma destas dicas ajudarem, aceite que não tem de impôr uma relação afectiva de proximidade; pode viver com ele apenas em ambiente cordial e sobretudo respeitoso, sendo que ninguém é obrigado a gostar de ninguém. O/a seu/sua companheiro(a) pode ser um bom mediador neste processo, converse com ele e partilhe as suas dificuldades. Seja honesto(a), delicado e paciente… Afinal formar uma família feliz não é tarefa fácil para ninguém!