(Des)orientações Vocacionais
“Eu não sei que profissão quero ter.” “E se escolher mal?” “Eu sei o que quero mas os meus pais nunca vão aprovar a minha opção.” “Tenho de ir para Ciências porque é a área que dá para mais cursos universitários.”
Estas são frases que oiço vezes e vezes sem conta, todos os anos letivos, particularmente quando se aproxima o final do ano letivo. Parece que hoje, mais do que “nunca”, os jovens sentem uma enorme pressão para fazerem escolhas vocacionais de forma, teoricamente, acertada. Como se essas escolhas fossem deterministas para o seu futuro. Não são…
Nem no final do 9º ano, nem no final do secundário é suposto ter que se saber que profissão se quer ter. E um curso superior pode abrir portas a diversas profissões e/ou contextos profissionais.
Não há más escolhas! Se elas forem informadas e ponderadas tenderão a ser escolhas conscientes que encaixarão de forma estruturada num projeto de vida em desenvolvimento.
Os pais devem acompanhar e apoiar a construção de projetos vocacionais mas, caso queiram que os filhos se sintam motivados e felizes nos seus percursos académicos, não devem querer que as suas visões (ou sonhos pessoais não concretizados no passado) prevaleçam.
Na prática qualquer área de estudo no ensino secundário permite o acesso a qualquer curso no ensino superior. De que serve a alguém que não se interessa por ciências, que não gosta de biologia ou química, ir para Ciências? Que impacto terá isso na motivação para o estudo e para o próprio sucesso académico?
Na construção de um projeto vocacional há várias dimensões que merecem ser alvo de reflexão:
- Aptidões. Para que tenho mais capacidades? Em que áreas de estudo consigo ter mais facilidade para aprender?
- Interesses. Que áreas de estudo mais me motivam? Que temas suscitam a minha curiosidade e vontade de saber mais? Em que contextos me sinto mais realizada?
- Características de personalidade. Que características pessoais melhor me definem? Como me relaciono comigo, com os outros e com o mundo?
- Valores. O que é importante para mim? Como me vejo daqui alguns anos? A que dou mais valor?
- Oportunidades. Que possibilidades tenho? Que percursos existem? Quais os que melhor “encaixam” em mim?
Esta reflexão pode tendencialmente ser mais consistente quando é acompanhada por um profissional. Para que as desorientações possam dar origem a decisões mais orientadas, na Oficina de Psicologia, o seu filho poderá abraçar o processo de orientação vocacional individualmente ou em grupo no evento Expresso Vocacional.
Inês Afonso Marques
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