Quando há ansiedade, os pensamentos costumam andar à volta de temas de ausência de controlo, apreensão sobre a incerteza do futuro e aspectos potencialmente negativos. Estes pensamentos vão gerar ansiedade e medo e mobilizam um comportamento defensivo.
Se pensar “ Sou um fraco e não vou conseguir lidar com esta situação”, vai sentir a ansiedade a aumentar quando se defronta com essa situação, o que o faz pensar que será melhor evitá-la. Claro que evitando-a, não dá a si próprio a oportunidade de testar aquilo se aquilo que pensa é real ou não. E continuando a evitar as situações que supõe não conseguir enfrentar, dá início a um ciclo de não aprendizagem de competências e de confirmação de que… não vai conseguir lidar com as situações.
Se de alguma forma se identifica com esta experiência poderá estar agora a pensar “ é algo que não consigo controlar, não consigo pensar de outra forma…é automático”. Na verdade, as estratégias de controlo ou supressão de pensamentos não funcionam. Já lhe aconteceu muitas vezes não querer pensar sobre determinado assunto e “lutar” contra esse pensamento tentando que ele desapareça? O que acontece é que, quando dizemos “não quero ter este pensamento”, estamos a dirigir a atenção precisamente para esse pensamento … não queremos pensar e substituímos esse pensamento por outro relacionado com ele ou reparamos que o pensamento que não queremos surge com mais frequência do que anteriormente.
Então porque pensamos? O nosso cérebro tem como função proteger-nos e ajudar-nos a sobreviver e por isso produz pensamentos nesse sentido. É como se existisse uma “máquina de fazer pensamentos” que está sempre ligada e ao longo do dia os pensamentos surgem como pipocas, uns de forma automática outros de forma consciente.
Pensar ajuda-nos a resolver problemas, a organizar e planear a nossa vida, a adaptar-nos a nova situações, a dar significado… enfim existem muitas vantagens. Os pensamentos não são mais do que narrativas com lógica e significado que nos permitem analisar, categorizar e relacionar acontecimentos com o passado, na tentativa de estimarmos o futuro.
Porque damos tanta importância aos pensamentos?
Os pensamentos têm significado porque são simbólicos, estão relacionados com algo e vice-versa. Na verdade, este é um aspeto muito útil e vantajoso. Pensar permite-nos criar caminhos alternativos, considerar diferentes opções, como se estivéssemos a viver aquela realidade. Como vê, há uma grande utilidade no pensamento: não temos que testar essas opções na realidade. Quando este processo é aplicado à nossa experiência emocional interna dá-se o que chamamos de fusão cognitiva, ou seja fundimo-nos com o pensamento, como se aquilo que pensamos fosse a realidade. Ao mesmo tempo que a nossa atenção está “entretida” com os pensamentos não estamos a considerar outras formas de regulação emocional mais adaptativas. Começa aqui a dificuldade em sair do loop de pensamentos disfuncionais.
Vejamos este exemplo: Não consigo entregar o relatório na data prevista e penso “sou um falhado”. Através do processo de fusão cognitiva eu vou acreditar que o pensamento é a realidade e que na realidade sou um falhado. Pode complicar-se, se associarmos a reação emocional de frustração e desilusão a esse acontecimento e pensamento. Está criado um circuito… e a tendência é para evitarmos situações em que nos podemos vir a sentir como “falhados”, e assim evitar sentir a frustração ou desilusão que acompanham esse pensamento.
A boa notícia!
Não conseguimos controlar os nossos pensamentos ou os processos cognitivos mas podemos aprender a relacionar-nos de forma diferente com esses pensamentos, criando distância e olhando para eles e não através deles. A este novo olhar chama-se desfusão cognitiva. As estratégias de desfusão cognitiva permitem maior objetividade sobre os pensamentos e assim uma maior flexibilidade e adaptabilidade às situações que nos causam dor.
Por essa razão deixo-vos estes 2 exercícios que permitirão, com a prática, aprender a distanciar-se dos pensamentos, para poder ganhar a liberdade necessária às suas decisões no dia-a-dia.
Até o café precisa que acredite nele!
Há umas décadas atrás havia determinados alimentos que eram “proibidos” - [...]
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Bom dia.
Maravilhoso! Sou Psicologa Clínica, Ludoterapeuta e Psicopedagoga em Feira de Santana, Bahia/Salvador/Brasil e os Artigos me ajudam muito! Agradeço por vcs existirem e poderem nos auxiliar, só acrescendo o nosso conhecimento.
Deus abencoe vcs. Obrigada.