E se lhe dissesse que o aborrecimento nem sempre está relacionado com a vida em casal, mas que às vezes tem mais a ver com a sua própria vida? Muitas pessoas julgam que a convivência devia ser o “comprimido mágico” para combater o mal-estar, por isso admiram-se quando verificam que há uma sensação de vazio e que o seu companheiro não lhes dá tudo aquilo de que precisam emocionalmente.
Neste sentido, podemo-nos perguntar se, noutros sectores, se puseram em prática diferentes capacidades, ou seja, se há objectivos e motivações de diversos tipos que despertem o nosso interesse, a nossa vontade de viver. Isto porque esperar tudo do companheiro é carregar o outro com um peso e uma responsabilidade que, claramente, nos pertencem.
A rotina adormece, desmotiva, por isso quebrá-la implica um esforço. Quando um casal cai na monotonia vai adiando muitas actividades que lhe provocam gratificação e prazer, como sair, fazer desporto ou dedicar-se a inúmeras actividades que faziam no início da relação. Então, por que não retomar algumas delas? E, acima de tudo, é necessário falar do problema o quanto antes e procurar entre ambos as possíveis soluções.
Quando já se reconheceu, em casal, que o aborrecimento está a acabar com a relação em si, o passo seguinte é procurar dentro das lembranças, o que queremos fazer ou, melhor ainda, o que gostaríamos de ter feito, caso não estivéssemos tão apáticos. Isto pode converter-se numa aventura realmente fascinante, porque encontraremos certamente coisas das quais nem desconfiávamos.