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António Norton

António Norton

Proponho que falemos sobre a importância de integrar o mundo interior da criança com toda a sua fantasia, sonho e criatividade no mundo interior do adulto. Esta integração promove um equilíbrio muito importante para a saúde psicológica.

Mas antes de mais, falemos um pouco sobre o mundo interior da criança e o mundo interior do adulto.

Quando pensamos em crianças pensamos em informalidade, espontaneidade, criatividade. Quando somos crianças e podemos ser crianças, temos a liberdade de ter esta espontaneidade e irreverência.

Quando pensamos em adultos surge a ideia de formalidade, seriedade, rigor, disciplina. Ser adulto é, de algum modo, assumir e cumprir responsabilidades. Ser adulto é conectar com o lado da razão, da sistematização, da estruturação.

Quando nos tornamos adultos é suposto termos tido a liberdade de ser crianças. O crescimento saudável implica a conjugação e a integração harmoniosa do adulto na criança e vice-versa. A entrada na escola, o assumir responsabilidade, a assimilação de papéis sociais. Tudo isto é a integração do mundo do adulto na criança. A saúde psicológica vem justamente da integração destes dois mundos: O mundo da criança e o mundo do adulto.

Se formos só adultos corremos o risco de perder a criatividade, a espontaneidade, a irreverência, algum informalismo e acima de tudo o sentir, a vivência corporal, a ligação fundamental entre o corpo e a razão. Se formos só crianças corremos o risco de nos perdermos em rasgos de criatividade, sem direção, sem foco, sem estratégia, sem sistematização, sem estrutura, sem algum formalismo. O ideal é efetivamente esta integração.

 

Por vezes, perdemos demasiado cedo a liberdade de sermos crianças e, outras vezes, nunca chegamos a ser adultos. E aí dão-se desequilíbrios que trazem consequências psicológicas…

Penso que vale a pena pensar nisto.

Um abraço e não esqueça a sua criança e a voz da sua criatividade que ela conhece como ninguém.