Da timidez à ansiedade social: workshop para pais
23/03/2018 @ 18:30 - 20:30 WET
| 19€Olá, queridos pais!
Quero contar-lhe três histórias.
Era uma vez a Maria uma menina bem disposta e simpática, mas sempre que tinha que cumprimentar uma pessoa desconhecida, ou conhecer alguém novo agarrava-se ao pai, baixava a cabeça e não dizia uma palavra. Evitava experimentar coisas novas, tal como ir para atividades lúdicas de férias ou ir dormir a casa de uma amiguinha. Alguns familiares diziam que parecia um “bicho-do-mato” e não compreendiam a sua atitude nas situações sociais.
O João quando está com a família é muito espontâneo e tagarela. Desde que mudou de escola, há alguns meses, ainda não fez novas amizades, não se junta aos colegas nos jogos e brincadeiras, pois não se sente à vontade para iniciar uma conversa e tem receio da reação dos colegas. Os professores relatam que passa muito tempo sozinho nos intervalos e na sala de aula não coloca o dedo no ar para participar. Os pais estão preocupados, pois apesar do filho ser tímido, não esperavam que fosse passar por estas dificuldades.
A Ana, uma adolescente extrovertida e com muitos amigos, ficou aterrorizada quando ouviu o professor dizer que os alunos tinham de apresentar individualmente um trabalho oral. Nas apresentações anteriores, a Ana conseguia esquivar-se, pedindo aos colegas de grupo que apresentassem a maior parte do trabalho. A ideia de estar exposta em frente à turma deixava-a com o coração acelerado e com a cabeça invadida de “não consigo”, “vou-me enganar”, “vão reparar que estou nervosíssima”… Tinha recordações dolorosas de quando em pequena bloqueou numa atuação de teatro e os colegas gozaram com ela.
Reviu o seu filho(a) nestas histórias? Terá em casa uma Maria, um João, ou uma Ana? Imagino que já se tenha questionado: “O meu filho(a) é demasiado tímido?”, “Com o passar tempo vai melhorar?”, “Até que ponto é normal ficar tão ansioso nas interações sociais?”, “Quando devo preocupar-me?”.
A maioria das crianças exibe sinais de timidez na infância, que normalmente desaparecem quando começam a conviver mais tempo com os colegas na escola. Porém, em alguns casos, com o aumento de interações sociais, a timidez intensifica-se e causa muito desconforto à criança/adolescente, podendo, até, evoluir para perturbação de ansiedade social. Esta pode manifestar-se de várias maneiras diferentes. Tal como nas histórias que partilhei, numas crianças manifesta-se de forma circunscrita num número limitado de situações (por exemplo, o caso da Ana), enquanto que noutros casos se verifica de forma generalizada em todas, ou quase todas, as situações de sociabilização, com mal estar físico e psicológico intenso e tentativa de evitamento das situações receadas.
A timidez, as mãos trémulas, o calor na cara, as borboletas na barriga, os pensamentos perturbadores ou o evitar de situações sociais podem constituir momentos de grande aflição e que podem interferir no quotidiano da criança ou adolescente, afetando as suas relações sociais na escola e na família, bem como interferir negativamente no desempenho escolar.
Neste workshop pretendemos responder a todas as suas dúvidas e questões e ensinar-lhe estratégias práticas para poder ajudar o seu filho a dizer adeus à timidez excessiva. Irá ter oportunidade, também, de compreender a linha ténue que separa a timidez e a ansiedade social, identificar quais os fatores (por exemplo, experiências de vida, bullying) que podem contribuir para um problema sério, atuando na prevenção.
Adoraria ver o seu filho interagir livremente com os outros e crescer confiante e feliz? Então agarre esta oportunidade! Dia 23 (sexta feira), das 18h30 às 20h30, conto consigo em Lisboa!
Raquel Carvalho
Psicóloga Clínica
Da equipa especializada na área infanto-juvenil