Compram-se as passas e às 12 badaladas do dia 31 de dezembro é ver-nos a comer uma a uma, de olhar distante e movimento introspetivo. Reconhece o cenário, certo? De facto, na passagem de ano existe uma tendência para estabelecer metas. Nada de estranhar nisto. Afinal, é o fim de mais um ciclo, sinalizado por rituais de passagem, que são, por vezes, importantes para que um ano não seja igual ao outro, promovendo desenvolvimentos e evoluções.
Na antiga Babilónia acreditava-se que o que se fazia no primeiro dia do ano teria um impacto significativo nas nossas ações durante o resto ano. Não temos sido diferentes desde então. Estabelecem-se as ditas resoluções de ano novo, que, segundo dados de investigação, estão maioritariamente relacionadas com saúde e bem-estar (dieta, perda de peso e exercício físico), redução do consumo de álcool e cafeína, parar de fumar e tornar-se financeiramente mais estável, com a promessa de gastar menos e poupar mais.
Na Universidade de Hertfordshire, o professor Richard Wiseman e a sua equipa analisaram uma amostra de 5000 sujeitos, que tinha tentado concretizar as suas resoluções de ano novo. Os resultados revelaram que apenas 10% dos sujeitos conseguiram atingir as metas auto propostas, sendo que mais de 50% nem sequer se conseguiram recordar das resoluções de ano novo. Dos que não conseguiram atingir os objetivos, muitos não tinham um plano para os alcançar; outros tinham tendência a desmotivarem-se e ver apenas o lado negativo de não conseguir o desejado; outros adotavam estratégias irrealistas através da observação de role-models. Pelos vistos, parece que no inicio do ano ficamos enredados numa espécie de pensamento mágico coletivo, que nos alicia com a promessa de um recomeço mais auspicioso.
Estamos aqui para si, numa mudança realista pela sua saúde. Passo a passo. Sem magia, tudo ciência.
Concentremo-nos agora nos 10% que conseguiram concretizar os seus objetivos. O que será que fizeram de diferente? Neste estudo, entre outras estratégias, os resultados revelaram que estes sujeitos dividirem o seu objetivo principal em objetivos mais pequenos e mensuráveis, sentindo maior auto-eficácia. Com base neste estudo, deixamos-lhe 10 dicas para ser fiel às suas resoluções de ano novo:
Estabeleça apenas um objetivo. As suas hipóteses de ser bem sucedido/a são maiores quando concentra os seus recursos numa única direção.
- Não espere até à noite de passagem de ano para estabelecer o seu objetivo. Em vez disso, vá pensando nele com alguns dias de antecedência.
- Evite resoluções dos anos passados. Comummente vêm carregadas de frustração e desapontamento.
- Não vá atrás dos/as outros/as no que respeita aos seus objetivos. Eles são só seus e deve estabelecê-los de acordo com o que é importante para si.
- Divida o seu objetivo em pequenos passos, focando-se na criação de sub-objetivos concretos, mensuráveis e de tempo limitado.
- Partilhe os seus objetivos com os seus familiares e/ou amigos. Será mais fácil alcançá-los tendo suporte.
- Recorde-se dos benefícios associados aos seus objetivos frequentemente, criando uma checklist com aspetos que melhorariam na sua vida no caso de os conseguir atingir.
- Recompense-se sempre que cumprir um dos sub-objetivos, de modo a manter a motivação e a sensação de progresso.
- Mantenha um diário ou gráfico do progresso que tem feito.
- Tenha em conta que velhos comportamentos podem surgir de vez em quando.
- Encare qualquer recaída como parte do caminho até atingir aquilo a que se propôs. Poderá necessitar da ajuda profissional para tomar consciência e mudar determinados padrões de comportamento que são nocivos.
Fonte: Durlofsky, P. (2016). 6 Ways to Create (and Keep) New Year’s Resolutions in 2017. Psych Central. Retrieved on December 28, 2016, from http://psychcentral.com/blog/archives/2016/12/26/6-ways-to-create-and-keep-new-years-resolutions-in-2017/
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