Autor: Lúcia Bragança Paulino
É natural que o seu filho fique ansioso nos momentos de despedida. Embora possa ser difícil, a ansiedade de separação é uma fase normal do desenvolvimento. Com compreensão e algumas estratégias de gestão da ansiedade, esta situação pode ser aliviada e deve desaparecer conforme a criança vai crescendo. No entanto se há situações em que a ansiedade se intensifica ou compromete as idas para a escola ou outras atividades, o caso pode ser mais grave e difícil de gerir. Esta situação pode requerer ajuda profissional, mas também há muita coisa que os pais podem fazer para ajudar a atenuar os sintomas da ansiedade de separação.
Ansiedade de separação – O que é normal e o que não é?
Na infância, o choro e as birras são reações normais na altura da separação. A ansiedade de separação pode surgir um pouco antes da criança fazer 1 ano de idade e pode aparecer novamente ou durar até aos 4 anos de idade. No entanto, tanto o nível de intensidade, como o momento em que ocorre a ansiedade de separação, dependem muito de criança para criança. Um pouco de preocupação por deixar a mãe ou o pai é perfeitamente normal, mesmo quando a criança já é mais crescida. Poderá sempre aliviar a ansiedade de separação do seu filho sendo paciente e consistente, e tranquilamente mas com firmeza estabelecer os limites adequados.
Algumas crianças, no entanto, experienciam uma ansiedade de separação que não desaparece, mesmo com os maiores esforços dos pais. Estas crianças vivem num contínuo ou recorrência frequente de ansiedade de separação intensa, durante os anos do 1º ciclo ou até posteriormente. Se a ansiedade de separação é excessiva o suficiente para interferir com as atividades normais como a escola e as amizades, e dura meses em vez de dias, pode ser um sinal de alarme.
Para as crianças com uma ansiedade de separação normal, existem algumas estratégias que poderá utilizar para tornar o processo de ansiedade de separação mais leve:
• Pratique a separação – deixe o seu filho com alguém familiar à criança por breves períodos e distâncias curtas em primeiro lugar;
• Agende as separações para depois do momento da sesta ou de alimentação – os bebés são mais sensíveis à ansiedade de separação quando estão cansados ou com fome;
• Desenvolva um ritual de despedida – os rituais são reconfortantes e podem ser tão simples como um gesto pela janela ou um beijo de despedida;
• Mantenha o ambiente da criança familiar e torne os locais que são novos o mais familiares possível – tente que a ama vá para sua casa, e quando o seu filho for para fora deixe-o levar um objeto especial e familiar;
• Sair sem grande alarido – transmita ao seu filho que vai sair por momentos e que volta pouco depois, e depois saia, não fique preso por um choro ou uma birra mais intensa;
• Minimize os programas de televisão assustadores – o seu filho terá menos probabilidade de ter medo se os programas que a mãe/pai assistir forem pouco assustadores;
• Tente não ceder – Tranquilize o seu filho de que correrá tudo bem. O estabelecimento de limites ajudará a adaptação à separação.