As acusações, os juízos de valor, as críticas, o sarcasmo a culpabilização a que somos submetidos: estas e outras armas verbais continuam a causas danos psicológicos e a prejudicar as pessoas que tem pouca ou nenhuma defesa, ou que estão despreparadas. É frequente que aceitemos esses ataques como constrangimentos normais do quotidiano. Face a isto, quantas vezes pensamos em nos defender adequadamente? Como acreditar sequer que é possível defendermos-mos?
As palavras são tão poderosas que podem tranquilizar e juntar, criar e federar, ou também podem estragar, envergonhar, destruir e ferir. Recorda a ultima vez que alguém provocou lhe sentimentos negativos devido às palavras que lhe foram ditas? Quanto tempo ficou neste estado por causas das feridas verbais? Alguns minutos? Alguns dias? Vários anos? Se não desenvolvermos os filtros, somos facilmente invadidos pela dor que se esconde no agressor por trás da sua agressividade e da sua negatividade. No entanto, continuamos a aceitar, e até a alimentar os ataques verbais sem ter em consideração que existem outras opções ao nosso alcance.
Quando descobri o Aikido e a sua filosofia há alguns anos atrás, rendi-me à ideia que um conflito não deve forçosamente ter um vencedor e um vencido. Morihei Ueshiba, o inovador o Sensei (“grande mestre” em japonês) desta arte, demonstrou incessantemente ao longo do século passado que competir contra um adversário e vencer eram um meio inútil para desarmar um ataque. A pesar da oportunidade que esta arte apresenta para prejudicar um atacante, o verdadeiro domínio encontra-se na calma e no discernimento.
Quando me pediram para desenvolver em 2009 um estilo de gestão de conflito que permitiria gerir as crises interpessoais, imediatamente vi de que forma uma expressão verbal desta ilustre arte marcial seria um meio poderoso para gerir as situações de conflito e transforma-as beneficiando todos os intervenientes, de forma fácil e eficaz.
O Aikido verbal que desenvolvi permite construir as bases de um ambiente sereno que alavanca uma melhoria rápida das inter-relações. Tenha o participante experiencia ou não nas artes marciais, as três etapas da forma verbal do Aikido, que incluem uma variedade de técnicas de comunicação que vai descobrir, lhe permitirá restituir o equilíbrio nas suas relações e libertar-se da tirania dos ataques verbais.
Esta série de artigos, retirados dos meus 2 livros sobre Aikido Verbal, explicam de que forma, sem desvios e sem necessidade de entrar no conflito, a sua intenção premeditada pode simplesmente permitir um equilíbrio que o leva a manter uma paz interior. Assim como o Aikido marcial é um dos meios de autodefesa mais eficazes contra um ataque físico, o Aikido verbal dota ao praticante de um meio eficaz para gerir os ataques verbais.
Em muitas situações, confundimos “conversa” e “debate”. Num “debate”, há um vencedor e um vencido. Já o objetivo de uma verdadeira “conversa” pode ser a partilha de sentimentos, a procura de uma solução, ou simplesmente partilhar momentos de conexão com o outro, cheios de humor. Concretamente, “uma conversa “não se vence. E pode-se a través desta criar um ambiente equilibrado e sereno para todos.
O quanto gostaria de sentir-se autoconfiante para nunca mais ser alvo de abusos verbais? Se sente que chegou o momento de dar término a essa tensão e acumulação de negatividade causada pelos ataques que recebe, e sente que chegou a hora de fazer evoluir as suas relações com harmonia, convido-o a seguir a nossas publicações e a participar dos treinos de Aikido Verbal.
Autor: Luke Archer – Fundador Aikido Verbal e Autor “Aikido Verbal Cinto Verde” e “Aikido Verbal Cinto Laranja”
Tradução: Elisa Stern – Coach Trainer Aikido Verbal Portugal
