É frequente ouvir alguns pais queixarem-se de já terem conversado e ensinado a criança a respeito de um comportamento indesejado várias e várias vezes e, mesmo assim, ela agir inadequadamente em casa, na escola ou em outros ambientes do seu convívio.
Normalmente é necessário avaliar com os pais a forma como eles estão intervindo na educação da criança e avaliar como está o desenvolvimento emocional do filho. É preciso verificar porque os adultos não estão conseguindo ser assertivos.
Verificados e ajustados estes pontos, ocorre que algumas crianças continuam apresentando naturalmente uma dificuldade de autocontrole. Elas muitas vezes são vistas como inconvenientes e mal-educadas; pois, sem perceberem, interrompem a brincadeira e a conversa de outras pessoas, falam em demasia, respondem precipitadamente antes da pergunta ser concluída e reagem quase que automaticamente aos estímulos que recebem. Apresentam como sintoma a impulsividade, característica de um indivíduo que age sem refletir.
Muitas dessas crianças ao crescerem tornam-se adultos que continuam agindo assim e, frequentemente, arrependem-se do que falam e fazem, pois só conseguem refletir depois de já terem dito e tomado as atitudes.
A impulsividade é um dos sintomas presentes do TDAH, embora nem toda criança que apresente impulsividade seja portadora de TDAH. A impulsividade pode ser uma característica da personalidade do indivíduo ou resultado de outros quadros emocionais, como por exemplo, o do transtorno de stress pós-traumático. O diagnóstico diferencial só pode ser feito por profissionais preparados como, psiquiatras, neuropediatras e psicólogos.
Quanto mais cedo for esclarecido e compreendido o quadro, melhor é para a criança e seus pais, já que a compreensão do que está acontecendo reduz o desgaste das relações e os prejuízos que, na maioria das vezes, afetam a autoestima da criança.
O tratamento não é feito necessariamente com o uso de medicamentos. A intervenção psicológica e o autoconhecimento ajudam a criança a desenvolver melhores condições para se conter, se organizar e se reorientar antes de agir impulsivamente.
Quanto menor a criança, menor é a sua autoconsciência e, consequentemente, menor sua capacidade para pedir ajuda. Por isso cabe aos pais, ao identificar este padrão, buscar a orientação de um profissional preparado.
Autora: Priscilla Rodrigues Soares
Oficina de Psicologia em Belo Horizonte, Minas Gerais