Tempo de Leitura: 3 min
Cristiana Pereira

Cristiana Pereira

Sabemos que o medo é uma emoção básica do ser humano. E esta tem o propósito de sinalizar o perigo e prepara-nos fisicamente para que possamos fazer o necessário para a sobrevivência. Quando tal se justifica, o medo pode ser um dos nossos recursos mais vitais.

No entanto, o medo tem vindo a tornar-se uma espécie de negócio, em vez de um útil e valioso recurso. Vivemos num clima alimentado pelo medo. Os media invadem o nosso dia-a-dia com várias manchetes que suscitam o medo e a insegurança, enquanto somos bombardeados com anúncios que tocam no nosso medo para que determinados produtos sejam vendidos.

Num artigo recente no New York Observer é referido que “o medo é o novo normal.” O medo influencia as escolhas que fazemos. No entanto, a tomada de decisão motivada pelo medo é um erro. Caso não se trate de um contexto perigoso, esta decisão nunca nos vai levar a uma vida saudável como tanto ansiamos.

Então qual é o primeiro fator motivacional na sua vida? Deixamos-lhe 6 dicas para refletir se está a ser conduzido pelo medo e não pela sua liberdade de escolha:

  1. O medo só vê o lado negativo.Apesar de todas as escolhas terem o seu lado positivo e negativo, o medo apenas identifica os piores cenários possíveis. Tal como o jogador compulsivo que apenas vê a riqueza quando se aproxima da roleta russa, o medo só vê o fracasso e a dor.
  2. O medo não o deixa parar para pensar. O medo diz-nos para reagir imediatamente. Mas hoje, quando está a tentar decidir se deve aceitar a visita de um comerciante em sua casa que tem uma oferta para si ou se deve ir à tal consulta médica importante, recuar para analisar estas opções é bom.
  3. O medo diz-nos para evitar qualquer coisa nova ou desconhecida.Considerando que o medo costumava surgir apenas em resposta a ameaças reais à sobrevivência, agora o seu “alarme” soa sempre que põe um pé fora da sua “zona de conforto.” O medo prefere ficar num contexto familiar, mesmo que seja uma situação dolorosa, em vez de se permitir conhecer o desconhecido. Por exemplo, o medo pode determinar que fiquemos num relacionamento ou num trabalho abusivo.
  4. O medo contrai-nos mais do que nos expande. O medo diz-nos para não sorrirmos para os estranhos ou para não darmos a nossa opinião em voz alta. Em vez de forçar os nossos limites, o medo encoraja-nos a evitar qualquer falha ou rejeição.
  5. O medo esconde a nossa intuição. Em grandes tomadas de decisões ouvimos muitas vezes falar em confiar nos nossos “instintos”. Não há espaço para essa voz interna quando o medo está presente. Tudo o que podemos ouvir são os pensamentos em espiral a percorrerem a nossa mente. Quando estamos absorvidos pelo medo, os instintos são difíceis, se não impossíveis, de reconhecer.
  6. O medo muitas vezes impede-nos de tomar qualquer decisão. Enquanto muitos indivíduos não vacilam perante uma escolha, o medo mantém muitos a questionarem-se e a evitar decisões sempre que as podem tomar.

 

Posto isto, se o medo toma conta das suas decisões, o que pode fazer?

Primeiro, reconheça quando o medo está presente usando a lista acima. Dê a si próprio tempo e espaço para ouvir outras vozes internas além da do medo em qualquer decisão. Considere fazer uma lista concreta de prós e contras numa dada situação. Depois, espere até estar num local melhor para tomar qualquer decisão que necessite. Se o medo persistir, procure ajude para o ultrapassar.

Faça a sua próxima decisão em liberdade! Como Marco Aurélio disse: “Não é a morte que um homem deve temer, mas sim o risco de jamais começar a viver.”

 

Fonte: http://observer.com/2015/04/fear-is-the-new-normal/