Tempo de Leitura: 3 min

As estações do ano têm os seus rituais e os seus propósitos, e o Outono, pelas suas características, convida a um período de reflexão e desapego. Tal como a árvore, que perde as folhas mas mantém as suas raízes, o ser humano deve fazer consigo mesmo este trabalho introspectivo e de desprendimento do que já não interessa.

As mudanças nas estações do ano produzem efeitos em cada um de nós – como, no Inverno, o chamado “winter blues”, que incomoda, mas não chega a justificar a procura de um especialista. Estima-se que entre 15 a 30% da população seja mais sensível às mudanças climáticas, reagindo de forma radical à alternância das estações; tal parece estar relacionado com o menor número de horas de luz, que influencia o nosso relógio biológico, interferindo nos ciclos de vigília e de sono, bem como no humor. A chamada depressão sazonal é muito comum e caracteriza-se, em linhas gerais, por um aumento da ansiedade, alterações no sono (em geral, um aumento da sonolência e um sono não reparador), alterações no apetite (tendência para comer mais, com consequente aumento de peso), sensação de fadiga constante, hipersensibilidade e alterações de humor.

Realçamos também a vulnerabilidade das pessoas que sofrem de doenças crónicas (problemas respiratórios, cardiovasculares, etc.), pois as alterações climáticas bruscas afectam o seu estado físico, debilitando o organismo e, consequentemente, o estado psicológico pode ficar mais fragilizado.

No caso das patologias psíquicas, as mudanças de estação parecem ter também um impacto significativo no estado de humor, havendo uma influência nos neurotransmissores do cérebro, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. Estudos indicam que há uma relação directa entre as mudanças de estação e o número de internamentos em hospitais psiquiátricos, havendo uma maior tendência para quadros depressivos na estação Outono/Inverno.

Se é uma destas pessoas, mais sensíveis às estações do ano, ou se conhece alguém com estas características, fique atento a alguns destes sinais: humor depressivo, falta de energia e cansaço, apatia e desinteresse pela vida e pelas actividades habituais, alterações no sono, ansiedade sem razão aparente, isolamento e alterações do apetite. Conhecendo melhor o nosso funcionamento e as nossas vulnerabilidades, estaremos mais preparados para lidar com as mudanças que os ciclos das estações nos poderão causar.

Tal como uma montanha, pela qual as estações passam e ela se mantém firme, sem se deixar abalar, também nós podemos continuar firmes, seguros, sem nos deixarmos abalar. Se não o conseguirmos sozinhos, podemos sempre pedir ajuda.

Autor: Susana Matos

Saber mais?

Saber mais sobre depressão

Sair da depressão?

Psicólogos Clínicos?

Curso para Psicólogos Clínicos

Marcar consulta?

    PortugalAngola

    AdultoCriançaCasal

    LuandaOP Online

    AdultoCriançaCasal


    Ao usar este formulário, concorda com o armazenamento e o gerenciamento dos seus dados por este site.