A investigação tem demonstrado que o sono de ondas lentas (SWS) diminui à medida que envelhecemos. Este é um estágio do ciclo de sono muito importante, associado a consolidação de memória e a redução dos níveis de cortisol e de inflamação. Mais recentemente tem-se procurado compreender melhor as consequências a nível físico e neurocognitivo desta perda.
Neste estudo, conduzido por Jordan Gaines, doutorando em neurociência na Faculdade de Medicina da Penn State, foram comparados adolescentes do sexo masculino com uma diminuição de ondas lentas do sono e outros com uma quantidade adequada de sono profundo. Considerando a afetação dos processos cognitivos e metabólicos pela falta de sono de qualidade, concluiu-se que a diminuição do sono profundo pode aumentar o risco de diabetes tipo 2, resistência à insulina, aumento da gordura visceral e défice de atenção.
Sabemos que não controlamos alguns fatores de risco para o desenvolvimento da diabetes, mas muitos estão no nosso campo de ação, com a possibilidade de serem modificados. Adultos e jovens têm assim a possibilidade de adoptar comportamentos promotores de mais saúde. Nesse sentido, a monitorização da qualidade do sono deverá ser uma prioridade, considerando o grande impacto que tem no estado global.
Filipa Jardim Silva