O aparecimento da puberdade, a partir dos dez anos, marca o início da adolescência. Este é um período pautado por múltiplas alterações, nomeadamente biológicas, fisiológicas, psicológicas, intelectuais e sociais. A nível da
sexualidade, verificam-se as seguintes mudanças:
- Maturação dos órgãos sexuais;
- Especifica-se o desejo sexual;
- Os estímulos passam a ter um valor erótico;
- O desejo sexual e a atração pelos estímulos eróticos impulsionam a procura de satisfação por autoestimulação ou por contacto com os outros;
- O comportamento sexual começa a definir-se em função das crenças, organização social, controlo da pulsão, etc.;
- Formação da identidade sexual;
- Começam, a partir desta altura, os compromissos para relações de diferentes tipos;
- Capacidade de resposta adulta à estimulação sexual.
A adolescente amadurece em média dois anos antes do rapaz. Esta, procura fortalecer a sua feminilidade, prorrogar os encontros sexuais e selecionar um parceiro adequado para poder ter sua primeira relação sexual, o que ocorre de forma gradual, uma vez que vai testando os seus limites progressivamente. Por sua vez, os rapazes procuram encontros sexuais com mais inquietação, geralmente, persuadindo as adolescentes a terem sexo com eles.
Importa salientar que a perda da virgindade ainda é um marco importante para os jovens, uma vez que é encarada como um ritual de iniciação sexual, que pode ser vivido com orgulho ou com culpa, de acordo com a educação e tradição familiar.
Numa primeira fase da descoberta os jovens procuram apenas o contacto sexual, testando as suas novas capacidades e reações frente a sensações antes desconhecidas, ou seja, pensam apenas nos genitais e no prazer físico – é a redescoberta do corpo. Só depois, numa fase posterior, é que procuram o envolvimento afetivo para complementar a relação, dando primazia às relações a par, ou seja, ao namoro, ao contrário das relações em grupo.
De realçar que a masturbação faz parte da vida das pessoas desde a infância e, na adolescência, intensifica-se com a redescoberta de sensações, tanto individualmente quanto em par ou em grupo. Os jovens podem apresentar algum tipo de atividade homossexual nessa fase, como exposição dos genitais, masturbação em grupo e comparação das mamas e dos genitais em grupo (comparação do tamanho do pénis, por exemplo), atividades estas consideradas normais nesta fase de desenvolvimento.
Outro fator a ter em consideração diz respeito à era de globalização em que vivemos e à quantidade de informação que chega aos jovens, através da internet e da pouca censura nos meios de comunicação. De uma forma geral há um apelo sexual frequente e precoce, expondo os jovens a situações ainda mal compreendidas por eles. Os adolescentes falam como adultos, querem comportar-se como tal e ter os privilégios da maturidade. No entanto, falta-lhes a experiência, a responsabilidade e o significado real de um envolvimento sexual. A gravidez na adolescência, infelizmente, é um dos resultados desastrosos desta situação. A pouca informação qualificada que chega aos nossos jovens, assim como a dificuldade de alguns pais/educadores abordarem estes temas e encararem as necessidades dos jovens, são os verdadeiros responsáveis pelo falso e ilusório desenvolvimento do adolescente de hoje.
Diversos estudos levados a cabo nesta área deixaram claro que os jovens que receberam uma educação centrada na informação sobre sexualidade e contraceção, iniciam a sua vida sexual mais tarde e de uma forma mais consciente.
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