Todos nós somos um sistema relacional e tendencialmente familiar. Toda a família é, maioritariamente, um sistema social integrado numa sociedade. Como tal, todos nós estamos expostos aos benefícios dessa integração, mas também sofremos as pressões informais dos macrossistemas social, cultural e familiar.
Com frequência ouvimos as pessoas pertencentes a gerações anteriores a explicarem algumas das razões pelas quais casaram. Além dos sentimentos que nutrem um pelo outro, os casais mencionam também alguns aspetos menos sentimentais e emocionais. São o caso da procura de autonomia do sistema familiar de origem, da necessidade de sair do meio rural, de uma eventual gravidez não planeada ou da pressão familiar que, chegada a uma determinada idade, procura saber com insistência, quando o casal “finalmente se casa”, entre outras razões.
Atualmente, as causas menos amorosas que levam os jovens casais a darem o passo do casamento passam pela pressão familiar e social, tendo em conta a idade e/ou o tempo de relacionamento. Também o fato de poderem chamar, com todo o preceito, a “minha mulher” ou o “meu marido”, é ouvido com frequência nos casais mais recentes, especialmente em meios mais pequenos ou conservadores. Existem também as versões relacionadas com o glamour da festa de casamento. Quer isto dizer que, apesar de tudo o que liga sentimentalmente o casal, ainda existem diversas pressões sociais, mesmo nas sociedades mais atuais.
No entanto, essas pressões não se verificam apenas no casamento e “perseguem-nos” todo o nosso ciclo de vida. “Quando têm filhos?” é, geralmente, a pergunta mais ouvida pelos recém casados.
Mesmo depois de serem pais, existem pressões, geralmente mais individuais, relativamente aos papéis de mãe e pai. Com frequência, alguns dos momentos de prazer de ser pai ou mãe, ficam relegados para segundo plano, simplesmente pela “formatação” e preconceitos aos quais estão expostos. É como se, mesmo estando completamente exaustos pelas noites mal dormidas, os pais não pudessem gostar e terem os seus hobbies, não poderem jantar fora apenas os dois, voltar a estarem com os amigos, falarem de outras coisas que não o bebé, de saber tudo o que é necessário para o bebé, como se houvesse um manual de boas práticas paternas que tivessem que decorar, aplicar e, obrigatoriamente, adorar!
Este movimento, que em muitas situações tem uma maior componente de “auto-julgamento” sobre o que os outros poderão pensar, leva a um aumento do sentimento de pressão social. E esta pressão aumenta o já elevado cansaço e exaustão, que naturalmente surgem, especialmente após o nascimento do primeiro filho.
É como se o casal estivesse sempre em julgamento, sem nunca serem ouvidas as suas preocupações, os seus desabafos, os seus receios, as suas queixas ou os seus pedidos.
E para que o casal se sinta como tal, como pais e como seres-humanos que podem falhar, há que haver partilha, comunicação e o amor comum pelo filho, pelo outro e por si próprios. O julgamento dentro do casal não deve ser um prolongamento do julgamento social sentido. Pelo contrário, deverão sentir o apoio do cônjuge, com quem partilham preocupações, objetivos e o vosso amor pelo filho em comum.
Se quer saber um pouco mais sobre como sobreviver a esta pressão social e familiar, aproveitando todos os recursos que existem nos diversos sistemas em que estão integrados, poderá recorrer a uma Terapia Familiar.