Parentalidade e resiliência
Com pais afectivos, sou um jovem mais capaz!
Segundo um estudo efectuado pela Dr.ª Nora Cavaco (2010), com o objectivo de analisar a qualidade da parentalidade, recursos de resiliência (a capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas) e o rendimento académico de adolescentes, deduz-se que a percepção de afecto parental pelo adolescente promove uma adaptação positiva à vida. Isto é, quando os adolescentes possuem vínculos positivos (relação de aceitação, proteção, calor afectivo, etc.) com os seus pais e as práticas parentais são caracterizadas por níveis ajustados de autonomia e controlo, os adolescentes ficam mais protegidos contra o desenvolvimento de problemas psicológicos. Pelo contrário, vínculos negativos e/ou práticas parentais desajustadas funcionarão como factor de risco ao desenvolvimento de problemas de índole psíquica.
Já Fleming (1988) havia estudado as percepções que os adolescentes portugueses tinham das atitudes parentais e como isso influenciava a sua autonomia comportamental, concluindo que de uma forma geral, os adolescentes que se sentem amados pelos seus pais, revelam uma percepção elevada de amor e baixa percepção de hostilidade. Curiosamente, à medida que vão crescendo e sentem receber cada vez mais autonomia e menos controlo, também diminuem a percepção de amor parental. Isto revela as transformações que vão ocorrendo nas relações familiares, nas dimensões de afecto e nas próprias práticas educativas ao longo do processo de desenvolvimento do adolescente!
Autora: Vera Lisa Barroso