Na estação do Biquíni, falamos-lhe de preocupação excessiva com o corpo!
Quando os nossos biquínis, fatos ou calções de banho chamam por nós, de dentro da gaveta, surgem com eles as preocupações com a aparência e o peso.
Já alguma vez reparou que nesta altura do ano grande parte dos anúncios da televisão ou da rádio são sobre produtos dietéticos ou de anticelulíticos? E que no Brasil, uma terra tropical, de praias e muitos biquínis reveladores, a obsessão com a aparência física é palavra de ordem?
Pois bem, o verão parece já estar intrinsecamente ligado com praia e roupas reduzidas, ou seja, com mostrarmos mais o nosso corpo. Contudo, nem todos nos sentimos confortáveis com isto; nem todos achamos que o nosso corpo é bonito, proporcional, magro, etc. Por isso, com a chegada do verão, existem determinadas perturbações psicológicas que se tornam mais frequentes ou que se agravam: as perturbações alimentares (e.g. anorexia, bulimia) e a perturbação dismórfica corporal. Esta última refere-se a uma preocupação excessiva e obsessiva sobre defeitos na aparência física, quer sejam mínimos ou imaginários.
De certeza que já lhe aconteceu queixar-se a uma amiga de uma borbulha que acha horrível e ela dizer que se não fosse alertada para esse facto, que não teria dado pela existência da borbulha. A perturbação dismórfica corporal assemelha-se a este foco em pequenos defeitos, (quase) invisíveis ou imaginários, mas de uma forma extremada e obsessiva, em que as pessoas sofrem e vivem verdadeiramente angustiadas com os defeitos do seu corpo.
O exemplo mais badalado nos media trata-se das pessoas que se tornam viciadas em cirurgias plásticas. Começam por fazer uma pequena cirurgia, todavia nunca ficam satisfeitas com o resultado, procurando insistentemente uma aparência mais perfeita e, consequentemente, mais distante da sua aparência inicial. Trata-se, portanto, de pessoas com uma baixa autoestima e baixa autoaceitação da sua imagem corporal, que lutam todos os dias com o terror de olhar diretamente no espelho.
A maioria de nós tem inseguranças sobre a aparência, ao longo da nossa vida, contudo não devemos deixar que isso controle o nosso dia-a-dia e o nosso pensamento. Vamos pôr um travão às dietas descontroladas, aos esforços loucos no ginásio, ou às camisolas largas para tentar esconder os “pneus” que os outros mal reparam, e em vez de investirmos tanto tempo e energia em emagrecer e atingirmos o corpo perfeito, vamos despendê-lo a melhorar a nossa autoestima, a sentirmo-nos melhor connosco mesmos e a melhorar a nossa qualidade de vida. Olhe para o espelho e sorria! Somos todos bonitos à nossa maneira. Não somos perfeitos – somos únicos e especiais.
Autora: Catarina Cunha