Plano anti-cyberbullyingpara as famílias
O cyberbullying é definido como qualquer comportamento manifestado através de meios digitais, por um indivíduo ou um grupo, que, de uma forma deliberada e ao longo do tempo, transmita mensagens agressivas ou hostis com a intenção de fazer mal ou causar incomodidade ao outro. Vejamos alguns exemplos: telefonemas anónimos repetidos, SMS com insultos ou mensagens ameaçadoras, MMS com fotos ou vídeos humilhantes, enviar ou apagar e-mails pessoais de outra pessoa, publicar imagens alteradas ou comentários jocosos, gravar conteúdo inapropriado e publicar online, criar um perfil falso e agir em nome da vítima, colocar boatos online, etc.. Pode ser uma agressão automaticamente repetida e intensificada para um grande número de pessoas, uma vez que a internet funciona, em muitos casos, como um meio intensificador da agressão, gerando mais exposição.
Este fenómeno apresenta consequências graves às crianças ou adolescentes (sejam eles agressores ou vítimas): ansiedade, tristeza, frustração, raiva, desconfiança, solidão, depressão, desconcentração, diminuição de rendimento escolar, faltar à escola, baixa auto-estima, comportamentos de auto-dano, problemas de saúde, ideação suicida. Por mais simples que a situação possa parecer aos olhos dos adultos, o sofrimento da criança ou adolescente pode ser gigantesco.
A atenção redobrada e as estratégias preventivassão fundamentais, tanto em contexto escolar como familiar:
- promover o desenvolvimento de auto-estima, auto-confiança e capacidade de assertividade no seu filho.
- construir um ambiente familiar que incentive a conversa. Assim, se os problemas surgirem os filhos estarão mais à vontade para partilhar as suas preocupações mais cedo, evitando o isolamento e os segredos.
- distinguir quais os comportamentos toleráveis e quais os ofensivos e mal-intencionados, bem como perceber a diferença entre pedir ajuda e “fazer queixinhas”.
- sensibilizar para os direitos humanos frisando os valores de respeito pelo próximo, a aceitação da diferença e promoção da empatia.
- estabelecer regras claras sobre o uso da tecnologia.
- sensibilizar o seu filho dos perigos da internet e redes sociais, promovendo o seu uso adequado e seguro: acionar opções de privacidade, ser seletivo na informação a publicar, restringir os pedidos de amizade às pessoas de confiança, manter a senha secreta.
- certificar que o seu filho é respeitoso, pois a represália ofensiva acontece facilmente, e deixe claro que quaisquer mentiras, ofensas, revelação de segredos ou boatos são sempre prejudiciais.
- assegurar que o seu filho tem direito à sua privacidade, contudo deve fazê-lo compreender previamente a necessidade de alguma monitorização por parte dos adultos.
- explorar o fenómeno do cyberbullying: leiam e vejam vídeos didáticos sobre o tema, pois quanto mais informado o seu filho estiver, mais atento estará a este fenómeno, e mais recursos terá para lidar com possíveis situações desafiantes.
- hipotetizar uma situação de cyberbullyingcom o seu filho e questioná-lo sobre o que deveria fazer se fosse uma vítima, um espectador ou um agressor. Incentivando-o a relatar o problema de imediato, sem responder ou vingar-se do agressor.
Raquel Carvalho
Psicóloga Clínica
Equipa Mindkiddo – Oficina de Psicologia
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Julgo que contribuições bem fundamentadas são importante fonte de ajuda para educadores – pais e professores. Esse tema deve estar sempre em pauta para que os adultos possam interferir e ajudar crianças e jovens a se conscientizarem sobre as consequências de suas ações, especialmente quando possam prejudicar os outros ou quando estão se afastando de seus próprios valores e crenças, também a serem mais solidários.
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